A Polícia Federal cumpre, na manhã desta terça-feira, mandados envolvendo um dedobramento da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro. O Ministério Público Federal (MPF) informou que a investigação envolve suposto esquema de corrupção e pagamento de propina em contratos da Linha 4 do Metrô.
Foram presos, segundo o G1, Heitor Lopes de Sousa Junior, um dos diretores da Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (RioTrilhos), e Luiz Carlos Velloso, que foi subsecretário de Transporte no governo de Sérgio Cabral e atualmente é subsecretário de Turismo.
A nova etapa da ação da PF foi aberta por ordem do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio e com base no acordo de leniência da Carioca Engenharia. A investigação apura R$ 5,4 milhões em propinas e 31 transferências para empresas de Heitor Lopes.
Quarenta policiais federais cumprem 2 mandados de prisão preventiva, 13 mandados de busca e apreensão e 3 mandados de condução coercitiva, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal, na capital fluminense e no município de Sapucaia.
As investigações, iniciadas há quatro meses, apontam a participação de Heitor e de Velloso no grupo criminoso, "os quais procuravam as empreiteiras interessadas em assumir obras de infraestrutura no Estado, cobrando vantagens indevidas com o objetivo de garantir a contratação para os serviços", informou a PF.
A propina era paga, principalmente, "de forma dissimulada a partir de aditivos que aumentavam os valores devidos, bem como alteravam o escopo técnico das obras", acrescentou.
Leia mais:
À espera da lista de Janot, Congresso está paralisado
Lula será interrogado pela 1ª vez como réu em ação da Lava-Jato nesta terça
Rio deve ser ressarcido em R$ 270 milhões por esquema de Cabral
Heitor era sócio de duas empresas que prestavam serviço para a construção da Linha 4 do Metrô. De acordo com a investigação, ele e a mulher estavam dando entrada em um pedido de cidadania portuguesa, por isso, a prisão preventiva tem como objetivo evitar uma possível fuga.
Os presos serão indiciados por corrupção e lavagem de dinheiro. Após os procedimentos de praxe, eles serão encaminhados ao sistema prisional do estado.
Calicute
O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) foi preso pela Polícia Federal em 17 de novembro do ano passado na Operação Calicute, braço da Lava-Jato no Rio. Na ocasião, o peemedebista foi alvo de dois mandados de prisão, um da 13ª Vara Federal de Curitiba e outro da 7ª Vara Federal do Rio.
A força-tarefa, na época, investigava corrupção na contratação de diversas obras conduzidas no governo do peemedebista, entre elas, a reforma do Maracanã para receber a Copa do Mundo de futebol de 2014, o PAC Favelas e o Arco Metropolitano, financiadas ou custeadas com recursos federais.
A investigação da força-tarefa do Ministério Público Federal, no Paraná, apurou pagamento de vantagens indevidas a Sérgio Cabral, em decorrência do contrato celebrado entre a Andrade Gutierrez e a Petrobras, sobre as obras de terraplenagem no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Deste novembro do ano passado, Sérgio Cabral foi alvo de seis denúncias: cinco do Ministério Público do Rio e uma da Procuradoria da República, no Paraná.