Depois de tomar posse como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, nesta sexta-feira, Wellington Moreira Franco (PMDB) desconversou sobre a alegação de que sua nomeação tenha o objetivo de lhe garantir foro privilegiado. O peemedebista é citado 34 vezes em uma das delações de ex-executivo da Odebrecht.
– Não há uma tentativa de resolver uma crise política, um problema político, porque nós não estamos vivendo crise política – argumentou.
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A resposta foi dada após Moreira Franco ser questionado sobre a semelhança de seu caso com o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve a nomeação para a Casa Civil da então presidente Dilma Rousseff (PT) barrada por uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Na cerimônia que também empossou outros dois ministros – Luislinda de Valois (PSDB-BA) no Ministério dos Direitos Humanos e Antonio Imbassahy (PSDB-BA) na Secretaria de Governo –, o presidente Michel Temer (PMDB) justificou o novo status de Moreira Franco para "estruturar melhor o Planalto".
– Hoje, trata-se apenas de uma formalização, porque, na realidade, Moreira já era ministro desde então. Agora, ele terá outras atribuições – disse Temer em discurso.
Responsável pelo programa de concessões do governo federal, Moreira ganha mais atribuições e força política dentro do Planalto. A cerimônia de posse teve a presença de aliados, como o presidente reeleito da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), genro de Moreira.
A minirreforma ministerial promovida por Temer entregou a articulação política para o PSDB. Ex-líder tucano na Câmara, Imbassahy ocupa a cadeira que estava vazia desde que Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) deixou o cargo, em novembro, após ser acusado de tráfico de influência. A nomeação do tucano foi um acordo para garantir apoio à reeleição de Maia.
Já a secretária de Promoção da Igualdade Racial, Luislinda de Valois, foi confirmada como ministra dos Direitos Humanos. A nova pasta assumirá funções que antes estavam sob responsabilidade do Ministério da Justiça e da Cidadania, que passou a ser chamado de Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
Ao assumir como presidente interino, há sete meses, Temer diminuiu o número de pastas de 32 para 23. Agora, efetivado no cargo, já conta com 28 ministérios.