Seis deputados registraram oficialmente candidatura à presidência da Câmara dos Deputados. O prazo final para o trâmite se encerrou às 23h desta quarta-feira. Os concorrentes ao posto são: Jair Bolsonaro (PSC-RJ), Luiza Erundina (Psol-SP), Rodrigo Maia (DEM-RJ) – que vai concorrer à reeleição –, Jovair Arantes (PTB-GO), Júlio Delgado (PSB-MG) e André Figueiredo (PDT-CE). A votação que decidirá o novo presidente da Casa nos próximos dois anos ocorre nesta quinta-feira.
Junto do pleito, também são escolhidos dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes. Para ganhar em primeiro turno, o postulante ao cargo de presidente precisa alcançar maioria absoluta dos votos. Se nenhum alcançar esse número, os dois mais votados disputam o segundo turno, na sequência.
Maia e Bolsonaro foram os últimos a oficializarem candidatura. Antes de registrar a candidatura do atual chefe da Casa, o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello negou liminar impetrada pelos candidatos Jovair Arantes (PTB-GO), André Figueiredo (PDT-CE) e Júlio Delgado (PSB-MG) que questionava a constitucionalidade da candidatura do peemedebista.
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Confira os seis candidatos à presidência da Câmara:
André Figueiredo (PDT-CE)
Em seu terceiro mandato como deputado federal, o advogado e economista André Figueiredo (PDT-CE) assumiu como suplente e foi efetivado pela primeira vez em uma cadeira da Câmara dos Deputados em 2005.
Figueiredo participou das comissões especiais que discutiram o teto dos gastos públicos (PEC 241/16) e a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU - PEC 4/15) e foi relator da Medida Provisória 238/05, que criou a Secretaria Nacional de Juventude, o Conselho Nacional de Juventude e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem).
Em 2015, André Figueiredo se licenciou do mandato para assumir o cargo de ministro das Comunicações. Retornou à Câmara em maio de 2016. Hoje, André Figueiredo é titular da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. No Ceará, seu estado de origem, foi subsecretário de Desenvolvimento Urbano e secretário do Esporte e Juventude
Jair Bolsonaro (PSC-RJ)
Natural de Campinas (São Paulo), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é oficial do Exército e começou a sua carreira política depois de dar declarações à imprensa, em 1986, criticando os salários dos militares – o que desagradou o Ministério do Exército e o levou a ser preso. Na eleição seguinte, conquistou um mandato de vereador e não saiu mais da vida pública.
Na Câmara, Bolsonaro já atuou nas comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania; de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; de Direitos Humanos e Minorias; de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Trabalho, Administração e Serviço Público.
O deputado é autor de diversas declarações polêmicas, que já lhe renderam representações no Conselho de Ética e uma ação no Supremo Tribunal Federal. No ano passado, deixou o PP para ir ao PSC e viabilizar uma candidatura à presidência da República em 2018.
Jovair Arantes (PTB-GO)
O deputado Jovair Arantes (PTB-GO) cumpre seu sexto mandato na Câmara dos Deputados – tomou posse pela primeira vez em 1995. Dentista, Jovair ocupou diversos cargos públicos na área da saúde. Também já foi vice-prefeito de Goiânia (GO).
O parlamentar participou das discussões da reformulação da legislação do esporte, da PEC do voto aberto para perda de mandato e da reforma política aprovada em 2015. Em 2016, foi relator da comissão especial que recomendou a abertura de processo de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff. É líder do PTB na Câmara e titular da Comissão de Defesa do Consumidor.
Júlio Delgado (PSB-MG)
Júlio Delgado (PSB-MG) nasceu em Juiz de Fora (Minas Gerais), teve passagens pela Assembleia Legislativa, Congresso Nacional e por três vezes prefeito de Juiz de Fora, conforme perfil no site oficial do candidato à chefia da Casa.
Formado em direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Delgado conquistou pela primeira vez a vaga de deputado federal aos 36 anos, nas eleições de 2002, época em que era filiado ao Partido Popular Socialista (PPS).
O mineiro está em seu quarto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados, o terceiro pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), do qual é líder.
Atuou, ainda, na comissão especial que aprovou a perda automática de mandato de parlamentares condenados por improbidade administrativa (PEC 313/13) e no grupo de trabalho destinado a estudar a reforma política.
Luiza Erundina (Psol-SP)
Nascida em Uiraúna, na Paraíba, Luiza Erundina (Psol-SP) é assistente social, e está em seu quinto mandato como deputada federal. Já pertenceu ao PSB e ao PT. Assumiu seu primeiro cargo público no ano de 1958, quando foi Secretária de Educação de Campina Grande, na Paraíba.
Foi prefeita de São Paulo, ministra da administração federal do governo Itamar Franco e atualmente ocupava o cargo de suplente na Mesa Diretora.
No Parlamento, Erundina é autora de diversos projetos em defesa da democratização da comunicação e dos direitos humanos e de minorias. Um dos seus projetos (proposta de emenda à Constituição 590/2006) garante a representação proporcional de cada sexo na composição das mesas e comissões.
Também foi integrante da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), na qual coordenou a Subcomissão Permanente de Memória, Verdade e Justiça. E também coordenou a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular
Rodrigo Maia (DEM-EJ)
Atual presidente da Câmara dos Deputados, – em mandato tampão após afastamento definitivo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –, Rodrigo Maia (DEM-RJ) é nascido no Chile. Ele é filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia.
Maia foi eleito em 2014 para o seu quinto mandato na Câmara dos Deputados. Ele já foi líder da bancada do DEM na Câmara por dois anos. Em 2015, foi presidente e relator da proposta de reforma política. Ele é presidente da Comissão Especial da DRU.
Até o fim da tarde desta quarta-feira, a candidatura de Maia à reeleição era incerta, porque os deputados, e seus concorrentes no pleito, Jovair Arantes (PTB-GO), André Figueiredo (PDT-CE) e Júlio Delgado (PSB-MG) questionavam a legalidade da candidatura do deputado carioca ao posto. Maia oficializou seu nome na disputa após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello negar liminar impetrada pelos concorrentes ao comando da Câmara.