A documentação homologada pela presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, reúne mais de 800 depoimentos prestados pelos 77 executivos e ex-funcionários da Odebrecht ao Ministério Público Federal (MPF). Com o encaminhamento dado pela ministra, as delações se tornaram válidas juridicamente e poderão ser utilizadas como prova.
A expectativa agora é saber se Cármen Lúcia irá retirar o sigilo do conteúdo das delações, nas quais os executivos confirmaram que prestaram depoimento por livre e espontânea vontade. Conforme Zero Hora mostrou em 15 de janeiro, pelo menos 229 políticos que têm ou tiveram mandato foram delatados.
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Emílio Odebrecht, o patriarca da empresa, foi ouvido em São Paulo, onde reside. O filho e herdeiro, Marcelo Odebrecht, foi interrogado em Curitiba, onde está preso desde 2015, cumprindo pena de 19 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro – o tempo de reclusão será reduzido, conforme negociado para a delação. Outros 13 executivos formam o "núcleo duro", de onde os procuradores esperam obter mais informações.
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