Parlamentares da oposição rejeitaram, nesta sexta-feira, o nome do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, como candidato à vaga deixada pelo ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF).
– Não tem a menor condição. Apesar de muito estudo, é uma pessoa em descompasso com a democracia – afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP).
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O líder do PCdoB, Daniel Almeida (BA), também rechaçou a especulação em torno do nome do ministro da Justiça.
– Até aqui, ele (Moraes) se revelou um trapalhão, um incompetente. A indicação seria um desastre – avaliou.
Os oposicionistas sabem que a escolha do novo ministro pelo presidente Michel Temer terá também um caráter político, mas lembram que, em se tratando de um ministro que julgará as questões envolvendo a Operação Lava-Jato, haverá um peso político maior do que o normal.
Excluídos pela primeira vez nos últimos 14 anos do processo de escolha de um ministro do STF, deputados do PT e do PCdoB apostam que Temer receberá grande influência do PMDB e indicará alguém com o perfil do ex-ministro Nelson Jobim.
– Vão procurar alguém próximo do PMDB – prevê o deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA).
Zarattini criticou o abuso de prisões preventivas na Lava Jato e as pressões para que os presos façam delação premiada. Para ele, um perfil parecido com Jobim seria elogiável porque ele costumava respeitar as garantias individuais dos acusados.
– Se fosse na linha do Nelson Jobim seria excelente – disse.
Moro
Como revelou a Agência Estado, a bancada do PR na Câmara está articulando o apoio à indicação do juiz federal Sergio Moro. Mesmo com os impeditivos legais, o líder da bancada paranaense, deputado Toninho Wandscheer (PROS-PR), afirmou que fará a coleta de assinatura entre os 30 deputados da bancada em apoio a Moro.
– Como colocamos o (Edson) Fachin no STF, então seria um orgulho ter o Sergio Moro lá – pregou.
Wandscheer afirmou que Moro não só é habilitado para a vaga, como pode influenciar decisões por seu conhecimento sobre as investigações da Operação Lava-Jato, ainda que não possa julgar todo o processo como ministro.
– O Brasil não vai viver só de Lava-Jato – declarou.
Para o deputado, a promoção de Moro abriria espaço para outros juízes paranaenses assumirem a condução da investigação sobre o maior esquema de corrupção no país.
*Estadão Conteúdo