A homologação das delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht não causa apreensão somente em Brasília, mas também nos Estados. Conforme Zero Hora mostrou em 15 de janeiro, dos 229 políticos delatados pela Odebrecht, pelo menos 12 deles têm base no Rio Grande do Sul. São dois ex-governadores e 10 parlamentares federais (um senador e nove deputados). O jornal não revela os nomes porque as apurações da Lava-Jato ainda carecem de provas adicionais e documentos.
Os gaúchos mencionados na delação são ligados a PMDB, PT, PSDB, PTB, PSB e PP. A maior parte dos casos envolve caixa 2 (recebimento de recursos não declarados ou de forma dissimulada) para pagamento de dívidas de campanha. Em algumas situações, o dinheiro teria sido pago para que a Odebrecht tivesse facilidades em licitações nas quais concorria ou, até, para prorrogação de isenções fiscais.
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Um dos casos que envolve políticos de mais de um partido é a ampliação do ramal do Trensurb, entre São Leopoldo e Novo Hamburgo. Outro é construção da represa de Taquarembó, em Dom Pedrito. Foram identificados indícios de pagamento de propina nesses empreendimentos em e-mails trocados por integrantes do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, departamento encarregado de distribuir vantagens indevidas.
Um terceiro é a construção da Terceira Perimetral, na Capital. E propinas também teriam sido pagas pela empreiteira em razão de obras nos molhes de Rio Grande e de dragagem do canal do porto daquele município.