Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha afirma que a venda do Banrisul é uma decisão que compete ao governador José Ivo Sartori. Envolvido na negociação da recuperação fiscal do RS com o Ministério da Fazenda, o ministro define o banco e a Corsan como "joias da coroa".
Em entrevista a Zero Hora, Padilha explica que os números da ajuda federal ao Estado vão depender do valor dos ativos que serão repassados à União em forma de garantia para empréstimos bancários. Confira os principais trechos da conversa:
O senhor tem opinião sobre a venda do Banrisul e Corsan?
Não, não tenho. Isso é o Estado e a população do Rio Grande do Sul que vão analisar. Se quer resolver o problema da dívida do Estado ou não, é um juízo que compete à população.
Leia mais:
Rosane de Oliveira: Privatização do Banrisul não está em discussão na negociação da dívida
Feltes nega que privatização do Banrisul seja condição para socorro do Planalto
Em Brasília, Sartori pressiona deputados para que votem renegociação da dívida dos Estados
O governador José Ivo Sartori coloca à disposição da União a CRM, Sulgás e CEEE. São ativos que interessam o governo federal?
Estes ativos tem que ter um valor diretamente proporcional ao que o governo do Rio Grande do Sul procura buscar como financiamento. Apenas para que seja bem compreendido: esses ativos vêm para garantir ao governo federal de que nos empréstimos em que ele será avalista, ele vai dar garantia de que o credor vai receber. É um empréstimo buscado pelo Estado junto ao sistema financeiro. Ele vai buscar um empréstimo no banco e, com esse dinheiro, ele vai cuidar da sua vida, e se ele não pagar o banco, tem esses ativos para garantir. Porque o governo federal, na medida em que entra como avalista, ele tem que pagar se o Estado não pagar.
São ativos interessantes?
O Rio Grande do Sul tem algumas joias da coroa. O Banco do Estado do Rio Grande do Sul é joia da coroa, a Corsan é joia da coroa, e os demais são ativos que o Estado já coloca à disposição de forma quase natural.
Que vai ser o valor da recuperação fiscal do Rio Grande do Sul?
O governador Sartori deixou claro ontem (quarta-feira) que ele estava trabalhando com déficit no seu período de governo de R$ 8 bilhões. Se nós formos trabalhar esse número, 8 bilhões, e suspendermos a dívida, o pagamento da dívida por três anos, até o final do governo Sartori há plenas condições de governabilidade.