O Ministério Público da Suíça sequestrou cerca de US$ 100 milhões (R$ 327 milhões) que a Odebrecht tinha em contas secretas usadas para pagar propina no Brasil e em 11 países. As informações são da Folha de S. Paulo.
O valor deverá ser usado para abater a multa de cerca de R$ 700 milhões que a empreiteira e a Braskem, o braço petroquímico do grupo, se comprometeram a pagar no país europeu para encerrar cerca de 60 processos criminais.
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A Odebrecht movimentou US$ 212 milhões na Suíça por meio de empresas de fachada entre 2008 e 2014, segundo documentos suíços. Os valores estavam bloqueados pelos procuradores suíços desde 2014, quando as autoridades de lá passaram a cooperar com a Lava-Jato.
A Odebrecht reconheceu na Suíça que lavou dinheiro e não tomou as medidas, obrigatórias pelas leis locais, para evitar que recursos que estavam no sistema bancário de lá fossem usados para pagar propina.
O acordo com as autoridades suíças foi assinado na última quarta-feira, mesmo dia em que o grupo selou negociação com autoridades dos EUA. Enquanto a Odebrecht conseguiu um prazo de 23 anos para pagar a indenização ao governo dos norte-americano para evitar que o grupo quebre, a Suíça receberá praticamente a metade da multa em uma parcela.
Contraponto
A Odebrecht não quis comentar a decisão suíça. Em comunicado enviado na última quarta, quando assinou os acordos com os EUA e Suíça, a empresa afirmou: "A Odebrecht se arrepende profundamente da sua participação nas condutas que levaram a este acordo e pede desculpas por violar os seus próprios princípios de honestidade e ética".
A empresa disse que assume "o compromisso com práticas empresariais éticas e de promoção da transparência em todas as suas ações". No mesmo dia, a Braskem afirmou que "reconhece a sua responsabilidade pelos atos de seus ex-integrantes e agentes e lamenta quaisquer condutas passadas"