O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, diz que está "sofrendo muito" com o pacote de medidas enviado à Assembleia Legislativa fluminense para tentar conter a crise financeira. Pezão concedeu entrevista à Rádio Gaúcha nesta terça-feira.
O governador destacou que a parte mais difícil foi ter que cortar salários de quem já ganha pouco, pois as remunerações do governador e dos secretários já haviam sido reduzidas em 50% no ano passado.
– É um momento de sacrifício para todo mundo, mesmo que a economia seja pequena no final – afirmou.
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Uma das mudanças diz respeito a aposentados e pensionistas que recebem menos de R$ 5.189. Atualmente, eles são isentos de contribuição previdenciária. Caso as medidas sejam aprovadas, passarão a ter desconto de 30% do salário.
Sobre a Copa do Mundo, Pezão garantiu que não influenciou em nada na crise financeira do Estado. A cidade do Rio de Janeiro não tem problemas nas finanças, segundo o governador, e as obras de cunho estadual foram financiadas com um tempo de carência grande. Pezão culpou, no entanto, a Lei dos Royalties do Petróleo, que, segundo ele, não beneficiou nenhum outro estado e provocou a crise no Rio de Janeiro.
Projeção
Se as medidas forem aprovadas na totalidade, vão gerar um resultado positivo superior a R$ 13,3 bi, em 2017, e de R$ 14,6 bi, em 2018. Se não passar, o déficit atingirá R$ 52 bi até dezembro de 2018 e o Estado pagará apenas sete das 13 folhas dos servidores, segundo Luiz Fernando Pezão.