O prefeito eleito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), sinalizou nesta segunda-feira (31) que a Carris será privatizada, caso a gestão não consiga reverter o cenário de prejuízo anual estimado em R$ 50 milhões. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta segunda-feira (31), Marchezan disse que a sociedade não pode pagar por uma estrutura da máquina pública que não funciona.
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"Se ela continuar (dando prejuízo), eu, ou próximo prefeito, vai acabar privatizando. A sociedade não aguenta mais pagar por algo que atenda aos interesses de poucas pessoas, ou de um partido ou de um sindicato”, disse.
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Eleição
Sobre mobilidade urbana, falou sobre a EPTC, afirmando não ser contra atuações, mas defendendo que o órgão não vire uma indústria de multas. Como exemplo, citou as emboscadas montadas para flagrar motoristas trabalhando para o Uber. Disse que, para melhorar as opções a motoristas, vai incentivar a abertura de estacionamentos privados.
Crise financeira
Marchezan acredita que a crise financeira que atinge o município faz com que a prefeitura esteja em um dos momentos mais críticos das últimas décadas. Prometeu trabalhar na redução da estrutura administrativa e deve conversar com o prefeito José Fortunati, sugerindo alterações no Orçamento para o próximo ano, que está na Câmara para ser votado.
“Fortunati é prefeito até dezembro, então as ações dependem muito dele e eu não vou exorbitar a competência dele. Mas é evidente que esse Orçamento terá que ser alterado. Agora ou depois, no ano que vem, quando a gente assumir”.
Postos de saúde
Questionado sobre a partir de quando oito postos de saúde da cidade irão abrir até às 10 horas da noite, uma promessa de campanha, o prefeito eleito disse ainda não ser possível prever. Ele afirmou que quer estudar as regiões e definir a fonte de recursos, que poderá ser a redução da máquina pública. Na propagando eleitoral e em debates, Marchezan afirmou que a medida seria possível reduzindo em 6% o número de cargos em confiança.
Transição
Um encontro entre o futuro e o atual prefeito deve ocorrer nos próximos dias, quando também serão definidas as equipes que trabalharão na transição de governo.
“Cada dia, sua agonia. Em nenhum momento contamos com a vitória. Vamos conversar a partir de hoje”.
Marchezan relatou que não deve deixar o cargo de deputado federal até o final do ano, dizendo que conseguiu conciliar os compromissos na Câmara Federal com a campanha e que, mantendo-se em Brasília, poderá interceder pelo município junto ao Governo Federal.
Equipe e alianças
Ele não adiantou quais pessoas irá convidar para compor seu governo. Também afirmou que precisará analisar quais estruturas deverão ser reduzidas. Ainda assim, disse acreditar que a cidade não pode funcionar com “37 problemas”, se referindo aos órgãos com status de secretaria mantidos pela atual administração.
Sobre os partidos para uma futura aliança, angariando apoio na Câmara de Vereadores, destacou que não vê problemas em conversar com o PMDB (do candidato derrotado, Sebastião Melo) ou com o PDT (do atual prefeito, José Fortunati).
“A gente conseguiu fazer uma campanha sem nenhum compromisso com nenhuma secretaria para partido, para sindicato, para associações. Não temos nenhum nome definido”.
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Nomes
O prefeito eleito foi até a Rádio Gaúcha acompanhado do vice-prefeito eleito, Gustavo Paim (PP), e de seu coordenador de campanha, vereador Kevin Krieger (PP), que irá ocupar um lugar de destaque no futuro governo.
Nelson Marchezan Junior foi eleito prefeito neste domingo com 402 mil votos, vencendo o candidato da situação e atual vice-prefeito, Sebastião Melo.
Marchezan foi eleito pela coligação Porto Alegre pra Frente, que reúne PSDB, PP, PMB, PTC e PV.
Relembre a participação de Marchezan no #GaúchaMeLeva: