O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta terça-feira (25) a forma como foi conduzida a Operação Métis, da Polícia Federal (PF), na última sexta-feira (21). Ele disse que concorda com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de que um juiz de primeira instância não poderia ter autorizado uma ação dentro do Legislativo, e criticou as declarações do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre o caso.
A declaração de Maia ocorreu no salão verde da Câmara, enquanto o plenário da Casa discutia a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto de gastos públicos por 20 anos. Questionado por jornalistas sobre a operação da PF, Maia defendeu que somente um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) poderia autorizar prisões e buscas no Congresso.
“A operação de sexta gerou polêmica e uma declaração do presidente do Senado que, no meu ponto de vista, está 100% correto”, opinou.
O presidente da Câmara engrossou o coro de críticas ao ministro da Justiça. A exemplo de Renan, ele acha que Alexandre de Moraes não deveria comentar o mérito da operação da PF.
“A palavra do ministro de discutir se a Polícia Legislativa foi aquém de suas atribuições ou não, eu acho que não caberia a ele. Essa é uma avaliação que ele não deveria ter feito”, disse.
Na sexta, Moraes afirmou que, em tese, os policiais legislativos haviam extrapolado suas competências ao realizarem varreduras eletrônicas em residências de senadores.
Na entrevista, Maia também disse que é necessário restabelecer a harmonia entre os poderes, e citou a reação da presidente do STF, Carmem Lúcia, às declarações de Renan. Nesta terça, no CNJ, a ministra afirmou:
"Todas as vezes que um juiz é agredido, eu e cada um de nós juízes é agredido. E não há a menor necessidade de, numa convivência democrática, livre e harmônica, haver qualquer tipo de questionamento que não seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade".