Documentos da diplomacia venezuelana analisados pela reportagem da revista Veja mostram como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuou ativamente para ajudar a reeleição de Hugo Chávez nas eleições no país latino em 2012. Segundo o trecho de um e-mail enviado pelo então embaixador da Venezuela no Brasil Maximilien Arveláiz, Lula teria dito que "perde o sono pensando que Chávez poderia perder as eleições de dezembro de 2012". As informações são da Revista Veja.
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O encontro entre o embaixador e o ex-presidente teria ocorrido no dia 24 de fevereiro de 2011, pouco menos de dois meses após Lula deixar a presidência, em um hotel em São Paulo. Na conversa, Lula teria comparado uma eventual derrota de Chávez à decadência do comunismo.
Uma das estratégias do petista para apoiar a reeleição do então presidente venezuelano seria a criação de um gabinete de campanha para Chávez no Brasil. Outro objetivo desse engajamento em favor de Chávez seria uma tentativa de colocar a Venezuela no Mercosul. Esse comando seria administrado pessoalmente pelo ex-presidente e pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu.
Um telegrama enviado a Nicolás Maduro, que na época era chanceler do governo venezuelano, aponta que Lula usaria um evento promovido pela construtora Odebrecht, investigada na Operação Lava-Jato, para realizar uma reunião privada com Chávez para tratar detalhes da campanha.
Também aparece nos registros analisados pela Veja, o nome do marqueteiro do PT João Santana, denunciado na Lava-Jato. O publicitário seria enviado à Venezuela para ser coordenador da campanha de Chávez à reeleição.
Nas eleições presidenciais na Venezuela em 2012, Chávez foi eleito com João Santana coordenando sua campanha.