A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta sexta-feira, que entrou com uma ação de reparação por danos morais contra o delegado da Polícia Federal Felipe Pace.
Na ação, os advogados pedem o ressarcimento de R$ 100 mil por entenderem que o delegado "atacou a honra e a reputação" de Lula ao afirmar que o ex-presidente seria a pessoa citada pelo codinome "amigo" em uma suposta planilha de pagamento de propina da empreiteira Odebrecht.
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"O citado delegado federal cometeu abuso ao usar de sua função pública para afirmar, sem qualquer prova e, ainda, sem ser a autoridade responsável pela investigação, que Lula seria o "amigo" mencionado em uma suposta planilha que faria referência a supostas vantagens indevidas", argumentou a defesa.
Na segunda-feira, a Polícia Federal afirmou que investiga se empresário Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava-Jato, usava os codinomes "amigo", amigo de meu pai" e "amigo de EO (Emílio Odebrecht, pai de Marcelo)" para se referir ao ex-presidente Lula.
Em um dos trechos do documento, a PF diz que a investigação das planilhas apreendidas revelou "que os pagamentos no total de R$ 8 milhões foram debitados do saldo da conta-corrente da propina que correspondia ao agente identificado pelo codinome de "amigo". A PF diz, no relatório, que há "respaldo probatório e coerência investigativa em se considerar que o termo "amigo" faz referência à Lula.
No relatório, o delegado Felipe Pace disse que "a responsabilidade criminal do ex-presidente da República" não é feita pelo grupo de trabalho da Lava-Jato, do qual ele faz parte, mas por outro delegado, Márcio Anselmo, que já investiga Lula.
*Agência Brasil