Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentam colocar o juiz Sergio Moro em suspeição, para impedir que ele julgue seu cliente. Em nota distribuída à imprensa na tarde de terça-feira, Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira afirmaram que não causa surpresa a decisão proferida por Moro e que transforma Lula em réu.
"Diante de todo o histórico de perseguição e violação às garantias fundamentais pelo juiz de Curitiba em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não causa surpresa. Nem mesmo os defeitos formais da peça acusatória e a ausência de uma prova contra Lula, como amplamente reconhecido pela comunidade jurídica, impediu que o referido juiz levasse adiante o que há muito havia deixado claro que faria: impor a Lula um crime que jamais praticou".
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Zanin e Teixeira consideram que Moro, enquanto juiz, não é um agente desinteressado e garantidor dos direitos fundamentais.
"Em junho, em entrevista, o procurador da República Deltan Dallagnol reconheceu que ele e o juiz de Curitiba são 'símbolos de um time', o que é inaceitável e viola não apenas a legislação processual, mas a garantia de um processo justo, garantia essa assegurada pela Constituição Federal e pelos Tratados Internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir".
Zanin e Teixeira afirmam que, na qualidade de advogados do ex-presidente, apresentaram uma exceção de suspeição (em 5 de julho) – ainda não julgada – e têm convicção nos seus fundamentos. Eles esperam que a Justiça Federal, através dos órgãos competentes, reconheça que o juiz de Curitiba "perdeu sua imparcialidade para julgar Lula, após ter praticado diversos atos que violaram as garantias fundamentais do ex-Presidente".