A Câmara dos Deputados tentará novamente nesta semana notificar o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre a sessão que irá analisar a cassação do mandato dele. A votação está marcada para a próxima segunda-feira (12).
Na última sexta-feira, o parlamentar não foi encontrado. Ainda restam duas tentativas de notificação. Caso Cunha não seja localizado em três tentativas, o aviso será publicado no Diário Oficial da União (DOU), o que já é considerado suficiente para formalizar esta etapa do processo.
A partir de hoje, um servidor da Câmara deve ir até o local onde Cunha reside no Rio de Janeiro. Também poderá haver nova investida em Brasília. Na sexta, as idas ao gabinete e ao apartamento funcional de Cunha na capital federal foram frustradas.
A cassação foi sugerida no relatório do Conselho de Ética em junho. O processo poderia ter sido levado a plenário em julho, mas aliados de Cunha pressionaram para que o julgamento ocorresse depois do impeachment de Dilma Rousseff.
A escolha por analisar o processo em uma segunda-feira, quando geralmente o Congresso registra baixo número de parlamentares, é alvo de críticas de quem é favorável à cassação. A medida é considerada uma estratégia para beneficiar Cunha, já que são necessários ao menos 257 votos para que ele seja cassado.
O peemedebista reponde por quebra de decoro parlamentar, acusado de manter contas secretas no exterior e de mentir sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras, no ano passado. Cunha nega a propriedade das contas, mas admitiu ter o usufruto de ativos geridos por trustes estrangeiros. O deputado está afastado do mandato desde maio por decisão do Supremo Tribunal Federal.