Deputados de vários partidos tomaram o plenário do Senado para acompanhar o julgamento de Dilma Rousseff. Marco Maia (PT-RS) observava o discurso de pé, logo atrás da advogada de acusação Janaina Paschoal. Sozinho, Chico Alencar (PSOL-RJ) contemplava o momento histórico próximo do senador Edison Lobão (PMDB-MA). Conhecido pelo perfil falastrão, o deputado Silvio Costa (PT do B-PE) circulava no plenário e, por vezes, subia à galeria, onde estava Lula. Espraiados, deputados aliados de Dilma chegaram a sentar nas poltronas dos senadores, casos de Luiz Sérgio (RJ) e Afonso Florence (BA), ambos do PT.
Diretas 2016
Ex-ministro e um dos integrantes do núcleo mais próximo de Dilma Rousseff, Miguel Rossetto (PT-RS) lançou a ideia de que, consumado o impeachment, seja aberta uma campanha por novas eleições. Rossetto quer que movimentos sociais se envolvam em uma reedição das Diretas Já. Para o petista, Temer não tem legitimidade para exercer o cargo e ficará desestabilizado ao impor “uma agenda política de ataques aos direitos” da sociedade.
Baixa médica
Nas contas dos favoráveis ao impeachment, surgiu uma dor de cabeça: o senador Wellington Fagundes (PR-MT) foi diagnosticado com diverticulite e sofreu internação hospitalar. Ele não foi liberado pelos médicos para comparecer à sessão de ontem. Para hoje, a expectativa é de que compareça, sob pena de os aliados de Michel Temer perderem um voto.
– Imagino que ele venha, nem que seja de maca – brincou o senador Lasier Martins (PDT-RS).
Galeria
Filho do ex-presidente João Goulart (deposto pelo golpe militar de 1964), João Vicente (na foto abaixo, na primeira fileira, o segundo, da D para a E) assistiu ao depoimento de Dilma entre os convidados dela, na galeria do Senado. Na tentativa de legitimar o discurso de golpe, Dilma voltou a citar Jango em seu pronunciamento.
Sem credencial
Entusiasta do impeachment, o deputado estadual Marcel Van Hattem (PP) foi barrado ao tentar entrar no Congresso ontem pela manhã. O gaúcho (à esquerda na foto abaixo) teve de aguardar por cerca de 40 minutos em frente ao anexo 2 do bloco B do Senado, e só ingressou no prédio após conversar com um diretor da Casa.
Apesar de você
Convidado por Dilma para acompanhar seu depoimento, Chico Buarque entrou pela chapelaria do Congresso embalado por militantes petistas que cantavam Apesar de Você, sucesso do cantor, censurado pela ditadura militar. No plenário, ele sentou ao lado de Lula.
Na primeira fila
Condenado em um processo de impeachment em 1992, o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTC-AL) acompanhou a fala de Dilma Rousseff da primeira fileira de poltronas do plenário. Sério, prestou atenção nas palavras da petista. De réu a juiz em 24 anos, Collor deve votar hoje pela cassação de Dilma.