O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki negou, nesta terça-feira, os pedidos de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
De acordo com Zavascki, a situação não representa flagrante para justificar a medida. O ministro, no entanto, decidiu levantar o sigilo da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que gravou os peemedebistas.
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O ministro do STF também decidiu conceder prazo de cinco dias para que a defesa do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se manifeste sobre pedido de prisão da PGR.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) entendeu que o vazamento das gravações feitas por Machado, envolvendo Calheiros, Sarney e Jucá, demonstram uma tentativa de obstruir as investigações sobre a organização especializada em desviar dinheiro de contratos entre grandes empresas e a Petrobras.
Nas gravações, Renan – padrinho político de Machado e alvo central da delação do ex-presidente da Transpetro – sugere mudar a lei para inibir a delação premiada. A delação tem sido usada em quase todos os inquéritos abertos na Lava-Jato, inclusive os instaurados contra o presidente do Senado.
Já Jucá descreve uma articulação política dele e de outros líderes para derrubar a presidente Dilma e, a partir daí, "estancar a sangria da Lava-Jato".
Sarney sugere a escalação de dois advogados – Cesar Asfor Rocha, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e Eduardo Ferrão – para uma conversa com Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF.
*Zero Hora