O juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos em primeira instância da Operação Lava-Jato, suspendeu na quarta-feira a tramitação de uma ação penal contra o maior empreiteiro do país, Marcelo Bahia Odebrecht, em decorrência do início formal das negociações do grupo de um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Procuradoria da República.
"Diante de informações de que estaria em andamento a negociação de alguma espécie de acordo de colaboração entre as partes, suspendo este feito por 30 dias", escreveu Moro, em despacho publicado na quarta-feira. A ação penal trata da corrupção e lavagem de dinheiro em oito contratos da Odebrecht com a Petrobras, que teriam resultado em pagamento de propinas entre 2006 e 2014.
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Os contratos são das obras de terraplenagem no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e na Refinaria Abreu de Lima, em Pernambuco, no gasoduto e no Terminal de Cabiúnas (Tecab), no Rio, e nas plataformas P-59 e P-60, na Bahia.
Marcelo Odebrecht foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão, em outra ação penal julgada por Moro no dia 8 de março. O empreiteiro e executivos do grupo respondem ainda a uma terceira ação penal, aberta após a descoberta de um "departamento de propinas" dentro da empreiteira – resultado das investigações de pagamentos para o marqueteiro do PT João Santana.
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