A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, na tarde desta terça-feira, o nome do economista Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central (BC). O placar foi de 19 votos favoráveis e oito votos contrários à indicação. Agora, o parecer da comissão será encaminhado ao plenário do Senado, onde é necessária também a aprovação por maioria simples dos presentes. Concluído o processo, o nome do economista segue para publicação no Diário Oficial da União (DOU). Ele substituiria, dessa forma, o atual presidente do BC, Alexandre Tombini.
Ilan, que foi diretor de Política Econômica do BC de setembro de 2000 a julho de 2003, foi aprovado após uma sabatina que durou pouco mais de quatro horas. Ao final, o economista reforçou que o Banco Central deve perseguir o centro da meta de inflação, de 4,5% ao ano.
– Temos de fato que cumprir meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) – disse.
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Ilan também mencionou que o sistema financeiro é sólido, consolidado e possui liquidez, mesmo diante da elevação da dívida privada de empresas.
– Houve elevação da dívida privada nos últimos tempos, boa parte por desvalorização cambial. As empresas também enfrentam recessão, que reduziu receitas, e isso é um desafio. Mas acredito que as empresas vão lidar com isso da melhor forma possível – disse.
A votação, eletrônica e secreta, se deu ao longo da sabatina, conforme requerido por senadores da CAE. O regulamento da Casa prevê que a votação comece apenas após o término da sabatina, mas a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que preside a CAE, afirmou que havia precedentes e colocou a questão em apreciação.
Diante da aprovação da antecipação dos votos, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a sessão.
*Estadão Conteúdo