O tucano Aloysio Nunes (PSDB-SP) será o novo líder do governo no Senado. A informação foi confirmada pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.
Aloysio terá uma reunião no Palácio do Planalto para que o convite seja formalizado, mas o senador negou a informação. De manhã, o presidente interino, Michel Temer, ligou para o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), para comunicar sua escolha.
Aloysio foi vice candidato à presidente na chapa de Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014 e é citado no âmbito das investigações da Operação Lava-Jato. Em fevereiro, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), anexou novos fatos sobre o senador Aloysio e o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante em um inquérito mantido até hoje sob sigilo na Corte. O inquérito de Aloysio não faz parte da operação Lava-Jato, mas tanto ele quanto o ex-ministro são investigados por supostos crimes eleitorais com base na delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, obtida no âmbito da Lava-Jato.
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Ao incluir as informações no inquérito de Mercadante e Aloysio, Mello atendeu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). "O pagamento de vantagens pecuniárias indevidas a Aloysio Nunes Ferreira e Aloizio Mercadante pelo grupo empresarial UTC, em valores em espécie e inclusive sob o disfarce de doação eleitoral 'oficial' pode configurar os crimes de corrupção passiva ou de falsidade ideológica eleitoral e de lavagem de dinheiro", escreveu a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, ao STF em novembro.
Diferentemente de outros tucanos, na tarde dessa segunda-feira, 30, Aloysio evitou comentar os diálogos entre o ex-ministro da Transparência, Fabiano Silveira, que foi flagrado em uma situação em que dava conselhos a investigados na Lava-Jato. Aloysio minimizou a questão e disse que não é possível parar a operação. Horas depois, o ministro se demitiu.