Escolhido relator da revisão da meta fiscal de 2016 na Comissão Mista de Orçamento (CMO), o deputado Dagoberto (PDT-MS) afirmou nesta quarta-feira, que vai concluir a elaboração do seu parecer da proposta até segunda-feira. O deputado disse que até sexta-feira espera receber os números do governo para elaborar seu texto. O colegiado marcou uma reunião para a segunda às 16h a fim de votar a proposta, antes de a matéria ser remetida para o plenário do Congresso.
– Lógico, não vou fazer nada que não seja (realista), para corrigir daqui mais 15 ou 30 dias, porque quem vai ficar desmoralizado serei eu. Eu vou fazer aquilo que for correto – disse ele, ao afirmar que a discussão sobre a meta não é uma "questão ideológica" e sim numérica.
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Mesmo tendo votado contra a admissão do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, Dagoberto disse que não tomará qualquer posição para defender a petista.
– Não faria isso, senão não aceitaria a relatoria – completou.
Para ele, a escolha do seu nome pelo presidente da comissão, deputado Arthur Lira (PP-AL), se deve pelo fato de o PDT ter atuação independente – a legenda não faz parte da base aliada do presidente em exercício, Michel Temer.
A CMO articula aprovar o parecer da revisão da meta fiscal antes de ele ser votado pelo plenário do Congresso, o rito normal de tramitação desse tipo de proposta. Contudo, o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje mais cedo que quer votar a proposta diretamente em plenário na próxima terça-feira a despeito de ela ter sido votada ou não pelo colegiado.
No entanto, o presidente da CMO afirmou não ver problemas de a revisão da meta de 2016 ser aprovada diretamente pelo plenário do Congresso sem passar pelo colegiado que dirige. Ele disse que espera votar a nova meta na CMO para que a discussão não chegue "dura" na sessão do Congresso.
– A CMO não é uma condição 'sine qua non' para a aprovação da meta (pelo plenário do Congresso) – disse Lira.
*Estadão Conteúdo