O vice-presidente, Michel Temer, e integrantes do grupo mais próximo do peemedebista consideraram que não há efeito prático a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
– É mais um factoide de um governo que está nos estertores. Não acho que isso seja algo sério. Esse tema está no âmbito do Senado Federal. Imagina se isso fosse passível? Toda matéria que desagradasse ia ser anulada por uma Casa ou pela outra? – ponderou o ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos aliados mais próximos do vice-presidente Michel Temer.
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Uma avaliação semelhante foi feita por Temer logo após vir a público a decisão de Maranhão. Em nota, o deputado do PP pede que as sessões que resultaram na autorização da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma sejam anuladas e que uma nova sessão seja realizada no prazo de cinco sessões a partir da devolução do processo do Senado.
O deputado atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU). Maranhão assumiu a presidência da Câmara interinamente após Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ser afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada.
A pessoas próximas, Temer considerou que o processo de impeachment na Câmara já se encerrou e que o presidente interino da Casa não tem o poder de interferir no andamento do processo. A expectativa era de que o processo fosse votado no plenário do Senado nesta quarta-feira.
A decisão de Maranhão também deve ser contestada por lideranças partidárias que deverão integrar um possível governo Temer. A ideia é apresentar recursos tanto no âmbito do Congresso quanto no Judiciário.