A tentativa do presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a sessão que aprovou a abertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff – ato do qual o parlamentar recuou no fim da noite desta segunda-feira – levou a oposição e aliados do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a intensificar articulações para tirar o maranhense do comando da Casa.
– A decisão mostra que colocamos um maluco na presidência da Câmara – disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, presidente do Solidariedade e aliado de primeira hora de Cunha, antes de a revogação ter ocorrido.
– É uma decisão de uma pessoa desequilibrada, de um títere, de uma pessoa que está subserviente ao terminal governo do PT – afirmou o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM).
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Com a resistência de Cunha a renunciar ao cargo, a opção mais rápida operada principalmente pela oposição é declarar a vacância do posto de presidente da Câmara. Com apoio de técnicos legislativos, opositores planejam apresentar um recurso ao plenário, pedindo a confirmação de que o cargo está vago.
A ideia é que o recurso seja apresentado no plenário da Casa, que o remeteria à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caberia então ao colegiado analisar o pedido e decidir pela vacância, o que provocaria a realização de novas eleições para presidente em até cinco sessões plenárias.
Em outra linha, aliados de Cunha decidiram usar o ato de Maranhão como argumento para aumentar a pressão sobre o peemedebista para que ele renuncie à presidência da Câmara. A renúncia também provocaria novas eleições em até cinco sessões. O peemedebista, porém, tem reiterado em entrevistas que não pretende renunciar.
A estratégia da oposição e de lideranças próximas de Cunha também prevê pressão para tutelar atos de Maranhão e até mesmo pressioná-lo a deixar o cargo.
Expulsão
Outra possibilidade para tentar tirar Maranhão do comando da Câmara é a sua expulsão do PP. Na segunda-feira, os deputados Júlio Lopes (RJ) e Jerônimo Goergen (RS) protocolaram representações pedindo a expulsão dele e dos outros seis deputados que votaram contra o impeachment, desrespeitando fechamento de questão da sigla a favor do impedimento.