Conforme a tarde avança, cresce a chegada de políticos no Palácio do Jaburu nesta quarta-feira, dia em que o Senado deverá confirmar o afastamento temporário por 180 dias da presidente Dilma Rousseff do cargo. Lideranças se dirigem à residência oficial do vice-presidente Michel Temer para tratar do governo que ele deverá herdar a partir desta quinta-feira.
Por volta das 15h, o deputado Danilo Forte (PSB-CE) disse que um dos objetivos das últimas reuniões antes da posse é definir as primeiras medidas na área econômica. Em crise, o Brasil enfrenta período de inflação e desemprego. Dentre as medidas citadas por Forte, duas já estão em tramitação no Congresso.
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– A partir de amanhã, precisamos começar um novo Brasil. A gente procura uma pauta no Congresso para garantir as medidas necessárias para que o país se reencontre com a normalidade administrativa e possa voltar a ter a economia aquecida. Tem várias medidas em andamento na Câmara que podem facilitar esse processo. Uma delas, a mais importante nesse momento, é a votação da DRU (Desvinculação das Receitas da União). Tem a revisão da meta fiscal e os incentivos para os municípios se fortalecerem financeiramente – disse Forte.
Experiente e cotado para a Esplanada dos Ministérios, o deputado Roberto Freire (PPS-SP) assegurou que Temer terá maioria no Congresso para aprovar medidas.
– O congresso, depois de ter feito o impeachment tal como fez, dificilmente não dará sustentação. Foram mais de dois terços dos votos pelo afastamento dela – disse Freire, que falou em "acabar com a experiência nefasta" dos governos do PT.
Na pauta econômica, Temer deverá propor a revisão da meta fiscal, passando da situação de superávit para déficit.
Forte disse acreditar que Temer fechará a sua equipe ministerial até esta quinta-feira, de forma "enxuta". A intenção é fechar o primeiro escalão com 22 nomes, ante os 32 atuais.
Os colaboradores mais próximos de Temer estão no Palácio do Jaburu. Entre eles, Henrique Meirelles, Geddel Vieira Lima e Moreira Francos, três futuros ministros. Meirelles assumirá a Fazenda, Geddel a Secretaria Geral e Moreira Franco será titular de uma pasta que fará relação com o setor privado, responsável por concessões e privatizações.