Senadores da base do governo não estão satisfeitos com a possibilidade de encurtar a sessão que discute o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. No início da sessão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou que poderia encerrar as discussões e partir direto para a votação.
– É o golpe dentro do golpe. Não podem nos impedir de falar – disse o líder do PT, Paulo Rocha (PA). De acordo com ele, essa sugestão é uma estratégia da oposição, já que os governistas estão inscritos mais para o final da lista. Caso a discussão seja suspensa, eles não teriam a oportunidade de falar.
Leia mais:
AO VIVO: acompanhe a votação do impeachment no Senado
Lira: eventual pedido de cassação de Dilma deve ser avaliado antes de 180 dias
Nos cálculos da assessoria técnica do Senado, a votação em si deve ser realizada apenas às 5h da manhã. Para o líder do governo, Humberto Costa (PT-PE), a atitude é uma "violência". Os governistas aparecem na lista de oradores por volta da metade, já os principais porta-vozes do governo, como líderes, e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), estão entre os últimos.
Independentemente da insatisfação dos governistas, talvez não seja possível conter a redução da sessão do impeachment. Como o próprio Renan sinalizou, a sugestão de encerramento da fase de discussão pode ser feita regimentalmente por meio de um requerimento.
– Eu quero só lembrar aos senadores que, à medida que esta sessão se estenda, na forma do Regimento, se for o caso, eu aceitarei requerimento para que nós possamos encerrar a discussão e passarmos à votação – disse Renan.
* Estadão Conteúdo