A comissão especial do impeachment no Senado retomou, nesta quarta-feira, os trabalhos no processo contra a presidente afastada, Dilma Rousseff. Após a instauração do processo, o colegiado se transforma agora em "comissão processante" e vai analisar o mérito do impeachment, ou seja, se a presidente cometeu de fato crime de responsabilidade.
Os membros da comissão permanecem os mesmos, assim como o presidente, Raimundo Lira (PMDB-PB), e o relator, Antonio Anastasia (PSDB-MG).
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A divulgação do diálogo entre o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado deve reaquecer os debates na comissão. A oposição, agora representada pelo PT, vai tentar impedir a continuidade do processo alegando que houve desvio de finalidade. No diálogo, Jucá fala sobre a importância de "trocar o governo" para "estancar" as investigações da Operação Lava-Jato.
Os petistas prometeram dificultar a sessão, apresentando questões de ordem e bloqueando possíveis deliberações. O presidente e o relator, por outro lado, tentam trazer um calendário da segunda fase dos trabalhos. Lira pretende concluir o processo em, no máximo, quatro meses.
Diferentemente da primeira etapa, entretanto, esta nova fase não possui prazos regimentais. O calendário deve ser mais flexível e os senadores podem estender os trabalhos pedindo análise de documentos e testemunhas.
Presidente da comissão nega suspensão
Após questionamento do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que pediu que a suspensão do processo de impeachment com base nos diálogos que envolvem o ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá, o presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), negou a interrupção dos trabalhos.
De acordo com Lira, a questão já foi levantada em outra oportunidade e está "superada". O presidente se referia a requerimentos anteriores, antes do afastamento da presidente Dilma Rousseff, que apontavam desvio de finalidade e vício no processo após o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O colegiado, entretanto, ainda não havia analisado questão de ordem específica sobre a atuação de Jucá. O senador foi flagrado em um áudio em que dizia que era preciso "trocar o governo" para estancar as investigações da operação Lava-Jato.
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*Estadão Conteúdo