O corregedor da Assembleia Legislativa, deputado Marlon Santos (PDT), recomendou a cassação do mandato do deputado Mário Jardel (PSD). O parecer foi lido e aprovado nesta terça-feira (22) na Comissão de Ética da Casa.
"Demonstra inequivocamente a quebra de decoro", destacou Marlon.
No documento, Marlon Santos faz duras críticas ao deputado. O corregedor disse que o parlamentar não é capaz de "aguentar qualquer tipo de pressão e que sofre de drogadição no passado e no presente".
Marlon também afirmou que a defesa tentou postergar o trabalho ao lhe entregar um aparelho que seria uma escuta ilegal instalada na sala da bancada do PSD. Depois, ficou comprovado que não era um grampo.
Sobre a denúncia de funcionários fantasmas, o corregedor afirma que fez diligências e nada ficou comprovado. Ele também citou a acusação de compra de drogas com dinheiro público.
"Não podemos achar normal que um deputado ligue para um traficante para lhe alcançar uma porção de droga", afirmou.
Marlon diz que houve armação por parte dos ex-assessores de Jardel, mas que isso não retira a culpa do parlamentar. Ele adianta, ainda, que vai denunciar todos para a polícia.
Jardel é acusado de ficar com parte dos salários de funcionários do gabinete, falsificar notas fiscais para receber diárias, possuir funcionário fantasma e até mesmo comprar drogas com dinheiro público.
No início de dezembro, operação do Ministério Público resultou no afastamento de Jardel por 180 dias. No entanto, após pedido da Assembleia, o Tribunal de Justiça reconsiderou a decisão e o parlamentar retomou suas atividades.
Uma subcomissão para elaboração de um novo relatório será criada após o recesso parlamentar, no dia 3 de fevereiro. Esse documento, se também recomendar a cassação, será votado pelos 12 membros da Comissão de Ética. Depois, o caso vai para a Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, para o plenário.
A Rádio Gaúcha tenta a posição da defesa de Jardel, que não estava presente na leitura do relatório.