O vereador de Cacequi Dionísio de Oliveira (PTB), suspeito de uso indevido de diárias, não compareceu à audiência da Justiça na manhã desta quinta-feira (12). Conforme seu advogado de defesa, Antônio Bueno, ele está de atestado médico por 90 dias.
"Ele foi afastado por problemas psicológicos", afirma. "Ele está bastante abalado com essa situação. É uma pessoa muito popular na comunidade. Ele não vai se recusar a prestar esclarecimentos quando estiver em condições de vir dar sua versão quanto à acusação".
O Ministério Público Estadual (MPE) aponta que só no primeiro semestre deste ano, o vereador gastou R$ 11 mil em viagens. O valor chamou a atenção de órgãos fiscalizadores, que então fizeram a denúncia ao MPE. As investigações apontaram que o gasto de quase R$ 8 mil foram justificados com documentos irregulares.
Parte das viagens eram para a Assembleia Legislativa em Porto Alegre. Conforme o promotor Thomas de La Rosa, “os gabinetes dos deputados que ele visitou negam a presença dele lá. Inclusive, um deputado informou que tomou posse e começou os trabalhos depois da data usada para receber as diárias”.
A defesa do vereador aponta que os valores foram devidamente justificados. "Estavam de acordo com controle interno", disse o advogado. O Presidente da Câmara, Amauri Fragoso (PP), aponta que tornou mais rígido o controle interno e afirma que ele nunca foi deficiente.
O vereador deveria ter prestado depoimento na semana passada, mas também não compareceu. O advogado de defesa justifica dizendo "que não foi culpa dele". "A Justiça não intimou ele. Foi falha do Judiciário", afirma.
A Justiça aponta que o vereador havia se disponibilizado a ir prestar os esclarecimentos na semana passada, tanto é que testemunhas, chamadas pelo próprio vereador, estavam disponíveis no local.