O Brasil admite que o sistema carcerário no País apresenta "categorias de presos" distintas com tratamento desigual, em argumento que está sendo usado nesta quarta-feira, 11, pelo Ministério Público e Advocacia-Geral da União no julgamento do pedido de extradição de Henrique Pizzolato, na Itália. Ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, ele foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão, mas fugiu do Brasil com um passaporte falso. Na Itália, acabou sendo preso e, em outubro do ano passado, a Corte de Bolonha negou sua extradição, argumentando que as prisões brasileiras não têm condições de recebê-lo.
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Pizzolato não compareceu ao tribunal, ficando em Módena, onde vive. O julgamento está sendo a portas fechadas e começou por volta das 10h30, do horário local na Itália, na Corte de Cassação em Roma. Do lado brasileiro, a representação se limita a um advogado italiano e a uma procuradora.
Em seu recurso, os advogados contratados pelo Brasil chancelaram a ideia de que a prisão no País não é igual para todos. Pizzolato, segundo eles, se beneficiará de um "tratamento muito melhor em comparação aos outros presos" e ficará em uma ala para "estrangeiros".
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