Terminou por volta das da 1h da madrugada desta quarta-feira (1) o último debate entre os candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul. Participaram os seis candidatos que possuem representação na Câmara dos Deputados, como determina a Lei Eleitoral. São eles: Ana Amélia Lemos (PP), Estivalete (PRTB), José Ivo Sartori (PMDB), Roberto Robaina (PSOL), Tarso Genro (PT) e Vieira da Cunha (PDT).O debate realizado pela RBS TV teve quatro blocos e foi mediado pelo jornalista Túlio Milman.
Ouça os momentos marcantes do debate:
PRIMEIRO BLOCO
Vieira da Cunha, do PDT, foi o primeiro a perguntar. Começou tratando de segurança pública. Perguntou a Tarso Genro, do Partido dos Trabalhadores, se estava satisfeito com os índices de criminalidade. Tarso disse que não estava satisfeito, mas que a situação melhorou muito perto do que era antes e citou alguns programas de governo e o reaparelhamento da Polícia Civil. “Nós aumentamos o índice de resolutividade dos homicídios. E também melhoramos as condições das polícias”, disse Tarso.
Tarso fez a primeira pergunta para Ana Amélia Lemos, do Partido Progressista, sobre o que pensava dos gastos públicos. Ela afirmou que seguirá com os gastos públicos, mas com responsabilidades. “Temos que ter responsabilidade com os gastos públicos”, disse a progressista.
Ana Amélia fez a primeira pergunta para José Ivo Sartori, do PMDB. Perguntou ao peemedebista se realizaria a mesma onda de privatizações ocorridas durante o Governo de Antônio Britto, já que o coordenador de campanha é o mesmo. Sartori garantiu que não. “Não está em nosso plano de Governo essas possibilidade que a sra. aventa”, garantiu o peemedebista.
Edison Estivalete, do PRTB, começou perguntando a Vieira da Cunha, do PDT, sobre que medidas vai tomar sobre a dívida pública se eleito.Vieira voltou a dizer que é preciso questionar na Justiça. “Tem que questionar judicialmente esse contrato. Esse Estado está ingovernável. Se está sendo governado é em razão dos saques dos depósitos judiciais”, disse Vieira da Cunha.
Roberto Robaina, do PSOL, começou perguntando para Edison Estivalete sobre a declaração homofóbica de Levy Fidelix, candidato à Presidência do Brasil, que é do mesmo partido dele. Estivalete respondeu. “Logicamente que no meu CTG não deixaria realizar um casamento gay em razão das regras. Mas nós gaúchos sabemos respeitar as diferenças dos outros.”
José Ivo Sartori fez a primeira pergunta para Roberto Robaina, do PSOL, sobre Educação. Robaina defendeu aumento do salário dos professores. “Nós do PSOL defendemos o pagamento do piso do magistério. A educação está desvalorizada. Para melhorar a educação, é preciso melhorar os salários”.
SEGUNDO BLOCO
No segundo bloco, com o tema determinado, Ana Amélia Lemos perguntou a Tarso Genro sobre infraestrutura e seus planos para os acessos asfálticos dos municípios. Tarso primeiro respondeu sobre sua condenação por improbidade administrativa por ter contratado um médico radiologista sem licitação.
“O grande problema é quando a gente não trabalha e recebe dinheiro público”, disse Tarso numa referência à denúncia de que Ana Amélia era Cargo em Comissão do marido quando era senador e trabalhava na RBS, em Brasília.
Sobre os acessos asfálticos, disse que ocorreram alguns problemas técnicos e que por isso não se pode concluir mais acessos. Logo após, Sartori perguntou a Vieira da Cunha sobre seu projeto no combate às drogas. O pedetista prometeu mais investimentos no tratamento dos dependentes químicos.
“Temos que aumentar os CAPS, Centros de Atendimento Psicossociais, temos que ter vagas nos hospitais psiquiátricos e temos que apoiar as comunidades terapêuticas”.
Sobre o tema saúde, Tarso Genro perguntou a José Ivo Sartori se cumpriria a lei destinando os 12% do orçamento estadual para o setor. O peemedebista garantiu que sim. “É preciso melhorar. Onde tem a gestão plena da saúde, nós temos que descentralizar muito mais. Regionalizar muito mais”.
O candidato Estivale perguntou sobre o tema sistema carcerário à candidata Ana Amélia Lemos. A progressista preferiu atacar o atual Governo. “O Presídio Central de Porto Alegre realmente hoje é um escândalo nacional. Acho que as promessas do atual governo não serão cumpridas”.
O candidato Vieira da Cunha perguntou em seguida a Roberto Robaina sobre o tema controle da corrupção. Citou o cumprimento de pena de prisão domiciliar do mensaleiro Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT. “Nós estamos diante de um novo escândalo que é o da Petrobrás. Afinal, entre os envolvidos estão dirigentes dos partidos de Ana Amélia e Tarso”.
Roberto Robaina perguntou logo depois para Estivalete sobre o tema previdência, que defendeu maior investimento no IPE. “Eu quero dizer para o funcionário público que nós temos que manter a paridade salarial. Sou a favor de fortalecer o IPE e através do Conselho do IPE. Os funcionários públicos é que tem que controlar o IPE”.
TERCEIRO BLOCO
No terceiro bloco, com temas livres, Estivalete começou perguntando sobre segurança pública para Ana Amélia Lemos, que disse que essa área é prioridade.
“Segurança pública tem que ser prioridade. O atual governo investe pouco mais de 5 % do orçamento em segurança. Por isso, o Estado tinha 30 mil policiais militares e agora tem pouco mais de seis mil. Para resolver o problema estão trazendo PMs do interior para a capital. Uma injustiça. Faremos uma ação integrada das polícias, usaremos mais tecnologia”.
José Ivo Sartori perguntou a Tarso Genro sobre a dívida pública do Estado. Tarso voltou a defender o projeto para renegociação da dívida dos estados que tramita no Congresso Nacional. “Eu tive a honra de liderar uma luta para que tivéssemos esse projeto que tem acordo para votar em novembro. Numa segunda etapa, temos que fazer uma unidade política para reduzirmos as parcelas pagas pelo Estado”.
Roberto Robaina pediu explicações de Ana Amélia sobre a participação do Partido Progressista nos casos de corrupção na Petrobrás. A progressista prometeu combater casos de corrupção. “Corrupção tem que ser combatida severamente. É um crime que estão fazendo com essa estatal brasileira. Não dá pra misturar as coisas. Fui eleita em 2010 e não tenho compromisso com o erro”.
Tarso Genro perguntou logo depois para Vieira da Cunha sua posição sobre a incriminação dos partidos em processos criminais. O pededista disse que é contra, mas não no caso do Mensalão. “No caso do Mensalão, tenho que discordar de ti. Quem foi pra trás das grandes foi a cúpula do PT”.
Logo depois da tréplica de Tarso, Robaina, Viera e o próprio Tarso pediram direito de resposta de uma declaração do petista de que há condenados em todos os partidos. A produção do debate negou o pedido de resposta. Logo depois, Ana Amélia Lemos perguntou para Estivalete sobre as alianças políticas. “Nós temos aqui o que chamamos de sopa de letrinhas. Nesse momento, estamos sem coligação”.
Vieira da Cunha perguntou para Tarso Genro sobre investimentos nas escolas públicas. O petista admite que o PNO (Plano de Necessidade de Obra) atrasou. “Atrasou, infelizmente atrasou. Os projetos estão sendo feitos. O Governo Federal aumentou as exigências para execução dos projetos. Substituímos o PNO para usarmos recursos do Estado para investimentos em obras nas escolas”.
QUARTO BLOCO
No quarto e último bloco, com tema determinado, Ana Amélia Lemos começou perguntando para Vieira da Cunha sobre saneamento básico. O pedetista disse que é preciso aumentar o índice de tratamento de esgoto no Estado.
“Temos 85% da população gaúcha sem esgoto tratado. É uma vergonha. E que temos um milhão e meio de gaúchos que não têm acesso à uma água tratada”.
José Ivo Sartori logo depois perguntou sobre o tema “qualidade da educação” para Ana Amélia Lemos. A progressista falou sobre a UERGS, prometendo mais investimentos na universidade estadual.
“A UERGS tem um papel muito grande. Dos R$ 213 milhões que deveriam ser investidos em 2013 e 2014 foram aplicados apenas R$ 102 milhões. A UERGS será fortalecida financeiramente”.
Vieira da Cunha perguntou logo após sobre geração emprego para José Ivo Sartori. O peemedebista defendeu maior diversificação regional para os investimentos.
“Temos que optar pelas vocações regionais. Estrategicamente temos regiões diferenciadas. Do jeito que está, a população migra para outras regiões em busca de empregos. Temos que equilibrar o desenvolvimento dessas comunidades”.
Tarso Genro perguntou logo depois sobre segurança para Estivalete, em especial sobre o esvaziamento do Presídio Central, que prometeu melhorar as condições das cadeias.
“Nós vamos tratar os presos com dignidade. As prisões foram criadas para 1% da população. Nós vamos encarcerar todos os criminosos. Temos que trabalhar para que as leis sejam mais severas. Não adianta a polícia prender e a justiça soltar”.
Roberto Robaina perguntou a Tarso sobre inovação e tecnologia. Citou o repasse de recursos, através de incentivos, para grandes empresas. Tarso explicou.
“Uma coisa é a política de incentivo para fortalecer as empresas que estão aqui e atrair mais empresas pro Estado. Outra coisa é o microcrédito que é para micro e pequenas empresas, que aumenta a capacidade de investimentos dessas empresas”.
Estivalete logo depois perguntou sobre o tema agricultura para Roberto Robaina, que disse que é preciso dar mais atenção aos pequenos agricultores.
“Nós, no caso do Rio Grande do Sul, o centro da agricultura é a exportação. Ou soja ou celulose. Nós estamos destruindo o nosso Pampa. Temos que ampliar os investimentos nos pequenos agricultores”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas considerações finais, começou falando Roberto Robaina, do PSOL. “Nós, do PSOL, não podemos achar natural a corrupção”, encerrou Robaina.
Em seguida, fez as considerações finais Ana Amélia Lemos, do PP. “A esperança vai vencer as injustiças. A esperança é maior que a difamação”.
Logo depois, falou Vieira da Cunha, do PDT. “Tenho uma vida dedicada a uma causa. Me sinto preparado para ser o novo governador do Rio Grande do Sul”.
José Ivo Sartori,do PMDB, falou em seguida.“Eu não me preparei para ganhar debate. Eu me preparei para concorrer ao Governo do Estado e governar o Rio Grande”.
Edison Estivalete, do PRTB, fez suas considerações finais.“Chagamos à reta final. O que vocês querem para os próximos 4 anos? Querem histórias ou diferença para governador o Rio Grande”, exclamou o candidato.
Tarso Genro, do PT, foi o último a fazer as considerações finais.“Eu represento o presidente Lula e a presidenta Dilma. O Rio Grande está mudando e para melhor”.