A candidata do PT, Dilma Rousseff, foi reeleita neste domingo (26), em segundo turno, presidente do Brasil pelos próximos quatro anos. Com 99,9% das urnas apuradas, Dilma alcançou 51,64% dos votos válidos (excluídos brancos e nulos) e superou Aécio Neves (PSDB), que totalizou 48,36%.
Com uma disputa acirrado, Dilma vai assumir seu segundo mandato na Presidência da República, o quarto consecutivo do Partido dos Trabalhadores - sequência iniciada com a eleição de Lula, em 2003. A vitória também frustra os planos do PSDB de voltar ao poder, após um intervalo de 12 anos (o último governo tucano foi o de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002).
Tendo novamente Michel Temer como vice de chapa, Dilma foi reeleita pela coligação "Com a força do povo", que reúne PT, PMDB, PSD, PP, PR, PROS, PDT, PRB e PCdoB. No primeiro turno, havia conquistado 41,59% dos votos válidos, contra 33,55% de Aécio.
Perfil
Nascida em Belo Horizonte (MG), Dilma Vana Rousseff tem 66 anos e é economista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Filha do imigrante húngaro Pedro Rousseff e da professora Dilma Jane da Silva, é divorciada e tem uma filha - a procuradora Paula, fruto de seu relacionamento com o ex-deputado Carlos Araújo.
Iniciou sua trajetória política aos 16 anos, integrando organizações de combate ao regime militar. Nos anos 1970, foi perseguida e torturada pela ditadura, passando quase três anos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Livre da prisão, mudou-se para Porto Alegre, terra de Carlos Araújo, companheiro que conheceu na clandestinidade.
Na Capital gaúcha, ao lado de Leonel Brizola, o casal participou da fundação do PDT. Filiada ao partido, Dilma foi secretária da Fazenda de Porto Alegre e secretária estadual de Minas e Energia nos governos de Alceu Collares (1993-94) e do petista Olívio Dutra (1999-2002). Desde 2001, é filiada ao PT.
Após participar da equipe de transição entre os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula, foi escolhida ministra de Minas e Energia no primeiro mandato do petista na Presidência. Durante a crise do mensalão, em 2005, assumiu a chefia da Casa Civil, substituindo José Dirceu.
Cinco anos depois, foi escolhida por Lula como sua sucessora - mesmo sem nunca ter disputado um cargo eletivo. Em 31 de outubro de 2010, foi eleita a primeira mulher presidente do Brasil, ao vencer José Serra no segundo turno com mais de 55 milhões de votos - 56% dos votos válidos.