Normalmente pouco movimentada, a Rua Luiz da Mota Silveira, na zona norte do Recife, teve o ambiente modificado nesta quarta-feira (13) desde que foi confirmada a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que concorria à Presidência da República. Uma romaria de amigos e autoridades passou pela casa de número 121 para prestar apoio e solidariedade à viúva de Campos, Renata, e aos cinco filhos do casal. No entanto, ainda não há movimentação de populares na região.
A Radio Gaúcha chegou ao Bairro Dois Irmãos, na capital pernambucana, por volta das 23h50, quando a movimentação já havia diminuído. Logo depois, o prefeito de Recife, Geraldo Julio, deixou a residência. Ele e a esposa estavam com semblante abatido e não deram declarações aos jornalistas.
Uma comitiva de políticos socialistas gaúchos - entre eles o deputado estadual Miki Breier - ingressou na casa da família Campos no início da madrugada. Outros gaúchos devem juntar-se ao grupo nesta quinta-feira (14), entre eles o vice-governador, Beto Grill.
Entre os pernambucanos, a reação diante da morte de Campos é de estarrecimento: "Vai fazer falta, com certeza. Foi um grande governador. Tínhamos esperança de vê-lo presidente. É uma grande perda", destacou o taxista Antonio Carlos de Jesus.
Morte de Campos
O candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, morreu em acidente aéreo na manhã no dia 13 de agosto, em Santos, no litoral de São Paulo. O jato particular onde o político estava caiu sobre uma área residencial e atingiu três casas. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave era um Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato.
Nascido em Recife, em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era economista. Em sua trajetória, foi secretário estadual, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. Em abril deste ano, renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, um ano após o seu partido, o PSB, romper com o governo Dilma.
Eduardo Campos era candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil, que congregava seis partidos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Nas pesquisas, aparecia em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto.
Campos era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado Renata Campos, com quem teve cinco filhos.