É comum os governadores evitarem atribuir uma nota à própria gestão ou cravarem no sete, que é o mínimo para passar nas escolas mais exigentes e não soa pretensioso como um nove ou um 10. Tarso Genro surpreendeu na quinta-feira, numa entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, quando disse que se fosse questionado por um instituto de pesquisa daria nota 6 e conceito regular. E justificou: seu governo ainda não começou a colher os frutos das políticas que implementou desde janeiro de 2011.
Tarso usou da mesma sinceridade com que, ao completar seu primeiro ano no Piratini, disse que o governo não tinha uma marca. Na quinta, justificou a avaliação modesta com argumento idêntico ao de 2011: que seu governo não é midiático nem fenomênico. E acrescentou que a avaliação vai começar a melhorar, e a marca pode ser sintetizada na expressão "promover a igualdade faz a diferença".
Fora do ar, o governador revelou qual é a sua expectativa para o final deste ano: aumento dos índices de bom e ótimo e nota 8. Para isso, conta com o crescimento da economia, que já aparece nos índices da indústria. De junho de 2012 a junho de 2013, a produção industrial no Rio Grande do Sul cresceu 11,9%, a melhor taxa do país. Na colheita de resultados que podem melhorar sua avaliação, Tarso conta com a inauguração de novas Unidades de Pronto Atendimento, a conclusão do asfaltamento de acessos municipais e o início das obras de recuperação de estradas deterioradas.
O governador também aposta na comparação com seus antecessores. O principal trunfo é um quadro que mostra os investimentos dos últimos 11 governos. Nessa tabela, seu governo aparece com investimentos equivalentes a 17,9% da receita corrente líquida, graças aos empréstimos tomados no BNDES e em organismos internacionais. Yeda Crusius investiu o equivalente a 5,4% da receita líquida e Germano Rigotto, 6%. O índice de Tarso é levemente superior ao de Antônio Britto, que chegou a 16,7%.