O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, anunciou em entrevista coletiva nesta terça-feira (8) que assinou três portarias que marcam o início formal dos trabalhos da transição de governo em Brasília. Ele ainda fez um anúncio bastante esperado, sobre os nomes que ficariam no comando do grupo econômico de transição.
Alckmin anunciou Pérsio Arida, André Lara Resende, Guilherme Mello e Nelson Barbosa como os responsáveis pela equipe econômica. Arida e Lara Resende são dois dos economistas que fizeram parte da criação do Plano Real. O primeiro também foi presidente do BNDES e do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso. No segundo turno, ambos declararam voto em Lula.
Já Barbosa foi ministro da Fazenda e ministro do Planejamento no governo de Dilma Rousseff, entre 2010 e 2016. Mello assessorou a campanha de Lula na área da economia.
— São quatro grandes economistas, pessoas com larga experiência — disse Alckmin, em coletiva de imprensa.
O vice-presidente eleito afirmou ainda que os nomes que integrarem a equipe de transição não necessariamente irão comandar ministérios no governo Lula:
— Quem vai participar da transição não tem ligação direta com ministérios, com o governo. Podem participar, podem não participar, mas são questões bastante distintas. Esse é um trabalho de 50 dias
Questionado sobre a participação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na equipe de transição, Alckmin confirmou que ele deve sim fazer parte:
— É muito importante a sua experiência, a sua participação.
Ele explicou que três nomes irão coordenador os trabalhos. São eles Aloizio Mercadante, responsável pelo grupo técnico do gabinete de transição, Floriano Pezaro, será coordenador-executivo do gabinete de transição, e Gleisi Hoffmann, que fará a articulação política do gabinete de transição.
O outro grupo técnico, o da assistência social, terá à frente três mulheres, senadora Simone Tebet (MDB-MS), que concorreu à Presidência da República neste ano, as ex-ministras do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Márcia Lopes e Tereza Campello, além do deputado estadual André Quintão (PT-MG).
As três portarias assinadas por Alckmin instituem o gabinete de transição governamental, designa os coordenadores e solicita ao Tribunal de Contas da União (TCU) cópias de contas, auditorias, monitoramentos e outros documentos que ajudem na troca de governo.
— Vamos, todo dia, anunciando o núcleo que vai organizar o trabalho de transição. Não tem número limitado, pode ter mais pessoas — disse Alckmin.
O governo de transição tem direito a 50 pessoas, mas trabalhará com voluntários.
O vice-presidente eleito confirmou o conselho político da transição, que conta com um representante indicado por cada partido que apoiou a campanha petista ou vai se unir ao governo eleito (veja os nomes abaixo).
Lula deve chegar a Brasília na noite desta terça. Na quarta, segundo Alckmin, o presidente eleito terá reunião com os chefes de poderes, o que não deve incluir o Executivo. Ainda nesta terça, Alckmin se encontrará com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e com membros da Comissão Mista do Orçamento do Senado.
Comando do grupo econômico de transição
- Pérsio Arida
- André Lara Resende
- Guilherme Mello
- Nelson Barbosa
Comando do grupo de assistência social
- Simone Tebet
- Márcia Lopes
- Tereza Campello
- André Quintão
Membros do conselho político
- Antonio Brito (PSD)
- Carlos Siqueira (PSB)
- Daniel Tourinho (Agir)
- Felipe Espírito Santo (Pros)
- Gleisi Hoffmann (PT)
- Guilherme Ítalo (Avante)
- Jeferson Coriteac (Solidariedade)
- José Luiz Penna (PV)
- Juliano Medeiros (PSOL)
- Luciana Santos (PCdoB)
- Wesley Diogenes (Rede)
- Wolnei Queiroz (PDT)