O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou que nenhum eleitor foi impedido de chegar as seções eleitorais por conta das operações desencadeadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) neste domingo (30). Moraes concedeu entrevista coletiva após ouvir o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, intimado por suspeita de descumprir decisão emitida pelo ministro na véspera, em que foram proibidas a fiscalização de transporte público de passageiros neste domingo de eleições.
O diretor-geral da PRF disse, conforme Moraes, que as operações foram baseadas no Código Brasileiro de Trânsito e que os ônibus fiscalizados foram aqueles sem condições de transitar.
— Nenhum ônibus voltou à origem. (...) O único prejuízo foi o atraso — afirmou o presidente do TSE.
Moraes destacou que todas as operações devem ser documentadas pela PRF, e que não haverá aumento do prazo para a votação, que se encerra às 17h em todo o país.
Operações nas estradas
O diretor-geral PRF, Silvinei Vasques, chegou no início da tarde deste domingo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, para explicar as operações realizadas pela corporação em vários pontos do país. Prefeitos de municípios do Interior denunciaram que as barreiras e blitze estariam prejudicando o deslocamento de eleitores até as seções eleitorais.
No sábado (29), o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, determinou que não fossem realizadas operações envolvendo o transporte público de passageiros neste segundo turno de eleições.
Moraes intimou Vasques a interromper imediatamente operações que afetam transporte de eleitores. Em caso de descumprimento, poderia ser multado em R$ 100 mil a hora, ser afastado das funções e ser preso em flagrante.
Até as 12h35min, segundo o jornal Folha de S.Paulo, a PRF já havia realizado 514 ações de fiscalização contra ônibus. As denúncias vêm de vários Estados, mas especialmente de regiões do Nordeste.
Moraes celebra votação no Exterior
Na mesma entrevista coletiva, o sucesso da votação no Exterior foi celebrada pelo presidente do TSE, com o encerramento da votação em 73 países. Segundo Moraes, a grande adesão verificada nesta segundo turno aponta para a necessidade de abertura de novas seções eleitorais em eleições futuras, principalmente em países como Portugal, França e Estados Unidos.
A respeito da biometria, causa de muitas filas no primeiro turno, o ministro afirmou que a polarização política fez com que mesários fossem prudentes.
— No primeiro turno, cada eleitor que chegava apresentava a documentação e só após o término do voto uma segunda pessoa entrava na sala. Agora verificou-se não haber mais necessidade — relatou.
Sobre as ações de combate às fake news, Moraes citou o banimento de cinco grupos do Telegram, com 500 mil componentes e a suspensão de cinco perfis que disseminam informação falsa.