Os dois candidatos que disputam o segundo turno para o governo do Estado participaram de mais um debate na noite desta quinta-feira (20), desta vez promovido pela Rede Pampa, em Porto Alegre. Assim como em encontros anteriores, Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) intercalaram a discussão de propostas com ataques mútuos.
Em seis rodadas de perguntas, respostas, réplicas e tréplicas com tema livre, os dois discutiram assuntos como concessões, privatizações, regime de recuperação fiscal e a eleição presidencial.
Onyx e Leite aproveitaram o período das considerações iniciais para apresentar propostas. Primeiro a falar, o candidato do PL fez acenos à população da Região Metropolitana. Ele se comprometeu a rever critérios do programa que repassa recursos a hospitais e a promover a integração do sistema de ônibus de Porto Alegre com a região.
— Hoje o ônibus passa pelas paradas no inverno, com chuva, e não pode parar porque não há integração. Assumi o compromisso de liderar esse processo junto dos prefeitos — disse Onyx.
Leite listou realizações de seu mandato, como a regularização do pagamento de salários do funcionalismo, a quitação de dívidas com municípios e a criação do programa que devolve o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago para 500 mil famílias carentes.
— No próximo governo, vamos investir R$ 1 bilhão em transferência de renda para famílias mais pobres, para conseguir cuidar de todos — acrescentou o tucano.
A exemplo do que ocorreu em encontros anteriores, Onyx e Leite foram incisivos em ataques e acusações, atribuindo ao oponente a pecha de “mentiroso”. Onyx reiterou críticas à gestão da pandemia por parte do governo gaúcho, enquanto o tucano acusou o adversário de não ter tido um bom desempenho em sua passagem nos ministérios do governo federal.
A primeira troca de farpas foi observada durante a discussão sobre privatizações e concessões. Onyx, que puxou o assunto, disse que vai privatizar a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR):
— Aquilo é um cabide de empregos e um grande foco de corrupção. Teve um presidente da empresa preso e um diretor preso, que o senhor precisa explicar.
Leite reagiu e mencionou o caso em que Onyx admitiu, há alguns anos, ter recebido caixa 2 em eleições passadas, algo que voltaria a citar várias vezes ao longo do embate:
— Quem tem problemas com a Justiça é o senhor. Aquele dinheiro que vem em malas, dinheiro vivo, é o dinheiro que chegou ao candidato, que teve que fazer acordo com a Justiça para não ser processado.
Presidência
A neutralidade de Leite na eleição presidencial também foi discutida ao longo do programa. O tucano reforçou que seu foco é a eleição estadual:
— Nem Lula e nem Bolsonaro estarão no Piratini. Quem estará é o governador do Estado, que não pode ser capacho de nenhum outro político.
Em suas intervenções, Onyx defendeu o governo Bolsonaro e insistiu para que o adversário se posicione:
— O senhor vai trair o eleitor lulista ou bolsonarista? Porque um dos dois o senhor vai enganar.
Nas considerações finais, Leite citou obras em andamento financiadas por recursos do governo atual em diversas regiões do Estado e pregou a continuidade:
— Os gaúchos sabem que a gente avançou, sabem que melhorou. Estou aqui para que a gente avance ao futuro, e não retroceda ao passado.
Onyx ocupou o tempo para listar propostas, como implementar um programa de irrigação no interior e disse que vai vender imóveis de propriedade do Estado.
— Vamos também fazer a educação integral nas escolas de Ensino Médio que estão nas zonas mais carentes — acrescentou o ex-ministro.
Mediado pelo jornalista Paulo Sérgio Pinto, o debate começou às 22h e teve duração de 1h15min.