Após ter passado ao segundo turno por uma diferença de apenas 2,4 mil votos para o terceiro colocado, o candidato do PSDB ao governo do Estado, Eduardo Leite, falou sobre a busca por alianças e apoios para a disputa contra Onyx Lorenzoni (PL). Para o tucano, não é necessário apenas conquistar novos eleitores, mas também manter a votação recebida na primeira etapa.
— Votos a gente não guarda em uma caixinha, então cada candidato não precisa apenas dos votos dos outros, mas também precisa dos seus. Ninguém tem votos. Teve. (...) Agora cada um tem que reconquistar os seus votos e buscar outros. Alianças são importantes, os apoios são importantes, mas, principalmente, temos que buscar a confiança da população — avaliou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (6).
Concorrente de Leite nas eleições, Onyx Lorenzoni teve igual espaço no programa, na quarta-feira (5). As entrevistas tiveram duração de 27 minutos.
Em meio a questionamentos sobre o posicionamento que tomará em relação à disputa presidencial, apoiando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL) — ou mantendo a neutralidade —, Leite afirmou que a decisão será apresentada na manhã desta sexta-feira (7). Reforçou, contudo, que chegou ao segundo turno tentando se descolar da polarização nacional.
— Nessa direção, a gente vai seguir apresentando o caminho que mostramos ao Rio Grande do Sul. Chegamos ao segundo turno superando a polarização, com a força de um projeto que colocou o Estado no rumo, sem nos pendurarmos num candidato A ou B no cenário nacional — disse.
O candidato à reeleição afirmou ainda que a decisão sobre eventual apoio na disputa à Presidência da República não será individual, mas virá de um debate com o partido e aqueles fazem parte do seu grupo político. Em resposta à pressão para que se posicione, comentou:
— Não preciso ser medido, nesta eleição, por essa régua estreita da polarização nacional, pois eu tenho serviço prestado, eu tenho uma história, uma trajetória com 18 anos de vida pública. Na eleição passada ainda me apresentava à população gaúcha, mas agora as pessoas me conhecem muito bem, sabem como a gente age e faz política.
Privatizações
Leite afirmou que, em um eventual segundo mandato à frente do Piratini, o Banrisul não será vendido, devido à importância que o banco tem para o desenvolvimento do Estado. Segundo o candidato tucano, sua gestão encaminhou privatizações de empresas da área de infraestrutura.
— O Banrisul é um banco de varejo, que atua numa área com competição com outros bancos (...) Então não é, nesse sentido, uma situação que se impõe ao RS (a discussão sobre a venda). Não está no nosso programa a privatização do banco.
Já quando questionado sobre a privatização da Corsan, afirmou que o projeto em andamento, encaminhado durante a sua gestão, será mantido. Leite assegurou ainda que a venda da companhia de saneamento vai garantir investimentos bilionários na área no Estado.
— Vai ser bom para o Estado. Essa discussão já está resolvida com a Assembleia Legislativa e com a sociedade gaúcha.