No fim da tarde desta quarta-feira (5), Eduardo Leite (PSDB) viu frustradas suas expectativas de contar com ao menos parte do PP na corrida pelo Palácio Piratini. O tucano havia se reunido pela manhã com os 10 deputados estaduais – sete atuais e três eleitos – e saiu otimista do encontro. Na conversa, os parlamentares ressaltaram a sintonia com a gestão Leite/Ranolfo Vieira Júnior, da qual até hoje fazem parte, mas alertaram que parte das bases deve votar em Onyx Lorenzoni (PL). Quando o diálogo parecia promissor ao tucano, Luis Carlos Heinze, derrotado no primeiro turno, anunciou pelas redes sociais o apoio a Onyx.
A declaração amuou o clima da reunião, mas não impediu a bancada de divulgar nota dizendo que, embora a maioria recomendava voto em Onyx, respeitaria quem decidisse fazer campanha para Leite. Todavia, a brecha foi fechada horas mais tarde, durante reunião da executiva estadual que confirmou apoio oficial ao candidato do PL, com eventuais dissidências encaminhadas ao Conselho de Ética da legenda. Além do apoio dos deputados, Leite contava sobretudo com o engajamento de prefeitos do PP, muitos deles beneficiados com obras e investimentos do governo do Estado.
Leite ainda trabalha para atrair o PDT. O ex-governador se reúne com o partido no final da tarde desta quinta-feira (6) para discutir aproximação, mas tem consciência de que neste caso a formalização de aliança envolve questões mais complexas. O tucano está pronto para incorporar ao programa de governo pautas caras aos trabalhistas, como ampliação das escolas de tempo integral, mas não abre mão das privatizações e nem sequer admite discutir a adesão ao regime de recuperação fiscal.