A primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou a se referir à eleição como uma "guerra espiritual" e pediu perdão, nesta quinta-feira (6), pelos palavrões ditos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante um ato de campanha no Palácio da Alvorada, Michelle afirmou ter saído de sua zona de conforto ao entrar na campanha e disse preferir ser "ajudadora" do marido. Nesta quinta, deputadas e senadoras bolsonaristas montaram um "comitê de mulheres" a favor de Bolsonaro, que enfrenta alta rejeição no eleitorado feminino.
— Estou saindo da minha zona de conforto. Prefiro ser mãe, esposa, ajudadora, porque esse é o papel da mulher. Mas, se Deus quer assim, vou pedir para ele me dar sabedoria — declarou a primeira-dama. — Perdão a todos pelos palavrões do meu marido, eu também não concordo, mas ele é assim, tem gente que gosta — emendou, ao falar em "guerra espiritual".
A primeira-dama é tida pela campanha de Bolsonaro como um trunfo para atrair o eleitorado feminino desde o começo da corrida eleitoral, mas a ideia é que ela intensifique a participação no segundo turno. Ao lado do presidente em um encontro com evangélicos na terça-feira (4), Michelle comentou que a Igreja não pode ser omissa neste momento e precisa se posicionar e buscar eleitores "que não sabem em quem votar", os indecisos.
Uma das líderes do grupo de parlamentares que vão tentar virar votos para Bolsonaro é a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF). A candidatura da pastora e ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos foi bancada por Michelle, contra a ex-ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda (PL-DF), que é correligionária de Bolsonaro.
No último sábado (1º), um dia antes do primeiro turno, Michelle declarou que a eleição é um "momento decisivo" e que os "ataques" contra o chefe do Executivo são contra os "princípios e valores" de Deus.
— As portas do inferno não prevalecerão — declarou, na ocasião.
Durante a campanha, Michelle passou a acompanhar Bolsonaro em atos religiosos para tentar alavancar a votação do presidente entre as mulheres, principalmente evangélicas. Assim como o presidente, ela compara a eleição a uma "luta entre o bem e o mal". Nas últimas semanas antes do primeiro turno, contudo, a primeira-dama passou a se dedicar mais à tentativa de impulsionar a candidatura de Damares.