O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, descartou nessa quinta-feira (6) anunciar antes das eleições nomes para compor a equipe econômica em um eventual novo governo. Ele também prometeu formar um time com "gente de fora", não apenas com petistas e aliados, e comemorou o apoio à sua candidatura feito por economistas liberais.
— Quem quiser conhecer meu ministério, vai ter que esperar primeiro eu ganhar as eleições — afirmou o ex-presidente em coletiva de imprensa.
Lula tem sido cobrado por setores do mercado financeiro a anunciar seu ministro da Economia antes do segundo turno, como forma de sinalizar a política econômica caso vença as eleições. Nessa quinta, o petista buscou enterrar a ideia.
— É loucura imaginar que você pode indicar time antes. Se tenho 10 economistas aqui e indico um, vou conquistar um e perder nove. Que inteligência é essa? Que loucura é essa? — questionou.
— Primeiro, eu tenho que ganhar as eleições. Quando eu ganhar as eleições, vou montar o governo e não apenas com meu partido e aliados. Tem gente de fora que vai participar.
Logo em seguida, Lula disse ter ficado feliz com o apoio de economistas que trabalharam com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
— É porque essas pessoas sabem que eu sou a garantia do exercício democrático nesse país e meu adversário não é — garantiu. — Na hora de montar o governo, é como escalar a seleção. Você vai escolher os melhores.
O petista reforçou ser contra o teto de gastos, mas, novamente, não anunciou qual instrumento será colocado no lugar.
— Para mim, responsabilidade fiscal não tem que estar na lei, tem que estar no dirigente — acrescentou Lula.
Dentro da campanha petista existe uma divisão sobre o novo arcabouço fiscal a substituir o teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação. A coordenação do programa de governo da chapa Lula-Alckmin informou ao jornal O Estado de S. Paulo que o formato dependerá das condições das contas públicas que o novo governo irá encontrar, caso seja eleito, e do processo de negociação com o Congresso e a sociedade brasileira.