A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) disse que ainda não houve um diálogo com o governo Jair Bolsonaro (PL) para tratar da transição. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (31), em hotel de São Paulo que está sendo usado como uma espécie de QG da futura gestão, Gleisi Hoffmann falou que aguarda o prazo legal de 48 horas para que isso ocorra.
Conforme a presidente da sigla, reuniões internas foram realizadas para encaminhar os nomes que participarão da transição por parte do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Ela não quis adiantar quem integrará o grupo nem quem devem coordená-lo.
— A gente tem essas 48 horas para poder indicar ao governo e à sociedade brasileira quem vai estar na coordenação e os nomes dos 50 integrantes da equipe de transição. Agora nós temos uma legislação que diz respeito à transição, temos instituições sólidas no país e isso vai garantir que a gente faça a transição de governo independentemente do presidente Bolsonaro — disse Gleisi.
A petista disse que espera que haja esse contato, citando líderes partidários que apoiaram Bolsonaro, por exemplo.
— Vamos entrar em contato com eles. Temos responsabilidades com o país e queremos que a coisa seja o mais tranquila e razoável possível — disse ela, descartando neste momento eventual judicialização.
Ela ainda lamentou que Bolsonaro não tenha feito contato ou reconhecido a vitória de Lula até esta segunda-feira (31).
Gleisi disse que o presidente eleito passou o dia em reuniões e recebendo ligações para parabenizá-lo pela eleição. Fizeram contato líderes de Portugal, Alemanha, França e da ONU. Lula falou ainda nesta segunda com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. No primeiro dia após a eleição, já se reuniu com o presidente argentino Alberto Fernández no hotel. Ele fez questão de visitar pessoalmente o petista.
Lula também já recebeu os cumprimentos dos presidentes da Câmara dos Deputados, Senado e Tribunal Superior Eleitoral. Gleisi disse que, agora, Lula pretende tirar uns dias para descansar.
Sobre os protestos de caminhoneiros, classificou como ato político do atual governo, por não ter admitido o resultado das urnas.