Os governadores dos 10 maiores colégios eleitorais do Brasil estão divididos no apoio aos candidatos à Presidência da República. Nessa dezena de unidades da federação, desde São Paulo até Santa Catarina, estão concentrados 117,5 milhões de eleitores, dentre o total de 156,4 milhões de pessoas aptas a votar. Isso significa uma concentração de 75,13% do público que irá às urnas em 2 de outubro.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB) contam com o palanque de três governadores nos maiores Estados (veja detalhes abaixo). Os apoios do petista estão concentrados no Nordeste e no Norte. Bolsonaro dispõe de parceiros no Sudeste e no Sul. Na campanha de Tebet, amparada pela estrutura da coligação entre MDB e PSDB, o destaque é a aliança com Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo, maior colégio eleitoral do país. O candidato do Novo à Presidência, Felipe D’Ávila, leva o apoio do seu correligionário Romeu Zema em Minas Gerais.
Neste quesito, o presidenciável Ciro Gomes (PDT), que tenta, assim como Tebet, quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro, ficou sem a parceria de governadores nos principais Estados. Ele poderia ter o respaldo da governadora do Ceará, Izolda Cela, mas disputas locais a levaram a se desfiliar do PDT e se aproximar do PT, embora não tenha anunciado publicamente nenhum apoio até o momento.
O cientista político Carlos Borenstein avalia que a polarização entre Lula e Bolsonaro é percebida nos Estados e que os palanques regionais têm “peso relativo”. Eles podem ajudar a alavancar candidaturas presidenciais, mas os rumos dependem das dinâmicas e agendas de cada unidade da federação. Na prática, os benefícios e as transferências de votos não são certas, automáticas ou lineares.
— No Rio, Cláudio Castro (PL) lidera, e as pesquisas apontam empate entre Lula e Bolsonaro. Castro funciona como um atributo (para Bolsonaro). Em Minas, o voto do governador já não é tão importante. Romeu Zema (Novo) lidera para governador, e Lula, para presidente. Até se criaram algumas frases como “o voto LuZema”. E, no Rio Grande do Sul, o Eduardo Leite (PSDB) e o Lula lideram. Se fala no voto “LuLeite” — analisa Borenstein.