Depois de cerca de uma década afastados, o ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a candidata a deputada federal por São Paulo e ex-ministra do Meio Ambiente de seu governo Marina Silva (Rede) selaram a reaproximação com um encontro de duas horas realizado neste domingo (11).
A assessoria de campanha de Lula anunciou ainda que os dois deverão conceder uma entrevista coletiva, na capital paulista, a partir das 11h desta segunda-feira (12). Espera-se que a ambientalista anuncie apoio à dupla Lula e Geraldo Alckmin na disputa pelo Planalto neste encontro com os jornalistas.
O anúncio do encontro foi feito por Lula por meio de suas redes sociais. O petista disse que o convite para a reunião partiu dele e foi aceito pela ex-companheira de governo, que foi alvo de uma campanha de desconstrução promovida pelo comando da chapa do PT na eleição presidencial de 2014, quando concorreu contra a então presidente Dilma Rousseff. Depois desse episódio, magoada, Marina se manteve distante de Lula — até agora.
No texto divulgado em seu Twitter, o petista diz: "Relembramos da nossa história, desde quando nos conhecemos. Conversamos por duas horas e ela me apresentou propostas para um Brasil mais sustentável, mais justo e que volte a proteger o meio ambiente".
Em resposta na mesma rede social, Marina consolidou a reaproximação política: "Foi uma boa e necessária conversa onde pude apresentar propostas para um Brasil mais justo e sustentável", redigiu.
O encontro entre os dois, algo que não ocorria havia uma década, foi favorecido pela articulação do senador Randolfe Rodrigues, que é do mesmo partido de Marina mas integra a coordenação da campanha petista, e pelo compromisso que deverá ser firmado publicamente por Lula de adotar pontos da política ambiental defendida por Marina, que inclui desenvolvimento sustentável, combate a desmatamento e a garimpo irregular, incentivo a iniciativas empresariais verdes, entre outras medidas.
Marina foi ministra do governo do PT entre 2003 e 2008, quando deixou a Esplanada dos Ministérios por considerar que sua pasta havia perdido influência nas decisões do Planalto. O rompimento definitivo, porém, viria no segundo turno da campanha presidencial de 2014, quando, em razão dos pesados ataques sofridos, Marina emprestou apoio a Aécio Neves (PSDB) na disputa contra Dilma, que acabaria eleita.