A doação de R$ 1 ou valor similar por parte de apoiadores do presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), tem gerado "dificuldades burocráticas e contábeis para a chapa", conforme informações divulgadas nesta terça-feira (13) pela coluna Painel, da Folha de S. Paulo. Segundo a publicação, o problema surgiu a partir da necessidade de emissão de recibos para cada valor recebido.
A geração de comprovante para cada quantia recebida, além de uma adequação à legislação, funcionaria, na visão dos bolsonaristas, como um parâmetro contra possíveis fraudes nas urnas eletrônicas, já que o presidente tem insistido, sem provas, em apontar a possibilidade de manipulação da urnas. Contudo, os extratos de doação de campanha têm que ser feitos individualmente e com um trabalho de preenchimento cuidadoso de informações, o que acabou tornando-se pouco viável.
Além disso, embora já tenham sido feitas 300 mil doações do tipo, em valor médio de R$ 2 por doador, o custo envolvido na dinâmica acaba sendo dispendioso e superior ao recebido por pessoa. A prestação de contas parcial da campanha também deve ser entregue nesta terça-feira ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A não apresentação da prestação de contas no prazo fixado ou a entrega de forma que não corresponda à efetiva movimentação de recursos pode caracterizar infração grave.
Apesar disso, nesta terça-feira pela manhã, uma publicação no Twitter feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) explicava que a campanha surgiu de forma "espontânea, assim como outra de R$ 1.022,00 de produtores rurais", e estimulava a doação. "Informo que doação de qualquer valor é bem-vinda, desde que seja do seu coração. E, sim, estamos precisando", afirmou.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), apoiadora ferrenha do presidente, também foi às redes sociais falar sobre o pix, dizendo no Twitter que o intuito, ao contrário do que circulava, não era exatamente fazer a contagem de votos de pessoas favoráveis a Jair Bolsonaro. "É para ajudar mesmo a campanha do presidente, que é uma campanha cara", avaliou.
Segundo a deputada, a campanha não chegará a todos os brasileiros e, eventualmente, alguém que votar em Bolsonaro não fará doação. Carla também comentou a circulação de um vídeo que falava sobre a impugnação da candidatura por causa das doações, esclarecendo que uma empresa teria sido contratada para administrar a geração dos recibos.