Com a chegada do período das convenções, os partidos pequenos que não lançarão candidaturas majoritárias no Rio Grande do Sul estão definindo quem apoiarão na corrida ao Palácio Piratini. O prazo para a formalização das alianças vai até o dia 5 de agosto. Nesta semana, GZH consultou todas as legendas com menos de 10 representantes no Congresso Nacional que não anunciaram candidaturas ao governo do Estado até o momento.
Na primeira eleição geral após o fim das coligações proporcionais, o apoio das siglas menores está atrelado ao suporte logístico e financeiro a seus candidatos a deputado oferecido pelos partidos maiores. A exceção são os de esquerda, para os quais a proximidade ideológica é o principal critério.
Entre os mais procurados pelos pré-candidatos, o Avante deverá decidir seu destino nesta semana. A sigla está entre Eduardo Leite (PSDB) e Edegar Pretto (PT). A definição dependerá do caminho escolhido pela direção nacional, que pode retirar a pré-candidatura presidencial de André Janones e fechar acordo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
— Nosso caminho, nacionalmente, será definido na convenção do 23 (de julho). Se nacionalmente fecharmos com o PT e com o presidente Lula, isso influencia muito no Estado — diz o pré-candidato a deputado Anderson Dornelles, articulador do Avante no RS.
Além da conversa com o Avante, o PT tem o apoio do PCdoB e do PV, com os quais está federado.
Já o PSDB, além da federação com o Cidadania e da aliança com o gigante União Brasil, alinhavou suporte da Democracia Cristã (DC) e negocia com o PRTB. Líder da DC no Estado, Arthur Farrat diz que a composição com os tucanos está "80% fechada".
— Eles vão apoiar nossos candidatos, dar uma boa cobertura. O PSDB é um partido bem generoso com a Democracia Cristã — ressalta.
No caso do PRTB, o partido também mantém conversas com Roberto Argenta (PSC) e Luis Carlos Heinze (PP), de acordo com o presidente estadual, Carlos Alan Rosa de Castro. Segundo ele, a legenda deverá bater o martelo até o próximo final de semana.
— Buscamos primeiro uma participação efetiva dentro do governo em caso de eleição e também um apoio logístico para os nossos candidatos a deputado - afirma Castro.
O pré-candidato do PL, Onyx Lorenzoni, que tem apoio do Republicanos, também já fechou com duas siglas de menor expressão: o Pros e o Patriota.
O PTB, que já foi um partido com musculatura no Congresso mas hoje tem apenas cinco representantes, está com Luis Carlos Heinze.
Como não há verticalização de coligações, os partidos podem firmar alianças locais diferentes dos acordos nacionais. É o caso do Solidariedade, que fechou aliança com o pré-candidato Roberto Argenta, apoiador de Jair Bolsonaro (PL), mas estará na coligação nacional de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Presidente estadual do partido, o vereador Claudio Janta diz que o diretório local foi liberado pelo comando nacional do partido:
— Os candidatos a deputado estadual e federal terão a cédula apenas com o nome do Argenta, sem candidato a presidente. Estarão liberados para fazer campanha para quem quiserem.
Além do Solidariedade, Argenta fechou com o Agir, antigo PTC.
Na esquerda, coerência ideológica é prioridade
Entre os partidos menores da esquerda, apenas o PSTU apresentou chapa própria ao Piratini até o momento.
O PCB, que tem convenção marcada para o próximo sábado (23), ainda vai definir se lançará um nome próprio ou apoiará outra candidatura.
— Em princípio, estamos trabalhando para lançar um nome ao governo do Estado. Até o dia 23, vamos fechar a decisão. Também não está descartada a possibilidade de dialogar com outras forças de esquerda — diz o secretário político da sigla, Rafael Cerva Melo.
Mais jovem partido do país, a Unidade Popular (UP) vai apoiar Pedro Ruas (PSOL), que também caminhará com a Rede Sustentabilidade. PSOL e Rede formam uma federação.
Sem representação atual no Estado, PCO e PMN foram procurados por GZH por meio das direções nacionais, mas não deram retorno até a publicação desta reportagem. A assessoria do PMB, que também não tem diretório no RS, informou que a sigla não apoiará ninguém.
Os candidatos ao governo do RS e os apoios confirmados:
Beto Albuquerque (PSB) - sem apoios até o momento
Edegar Pretto (PT) - com apoio de PV e PCdoB (ambos da federação)
Eduardo Leite (PSDB) - com apoio do Cidadania (federação) e do União Brasil
Gabriel Souza (MDB) - sem apoios até o momento
Luis Carlos Heinze (PP) - com apoio do PTB
Onyx Lorenzoni (PL) - com apoio de Republicanos, Pros e Patriota
Pedro Ruas (PSOL) - com apoio da Rede (federação) e da UP
Rejane de Oliveira (PSTU) - sem apoios até o momento
Ricardo Jobim (Novo) - sem apoios até o momento
Roberto Argenta (PSC) - com apoios de Solidariedade e Agir
Vieira da Cunha (PDT) - sem apoios até o momento