Apesar da incerteza no MDB em relação ao que será decidido na convenção, o deputado estadual Gabriel Souza decidiu que fará sua inscrição como candidato a governador assim que o prazo for aberto. O edital com a programação deve ser divulgado na sexta-feira (22). Na reunião da executiva estadual, nesta quarta-feira (20), o vice-presidente José Fogaça sugeriu que sejam colocadas em votação duas teses: a da candidatura própria e a da aliança com o PSDB, como quer a direção nacional.
A tese da aliança com o PSDB, com a indicação do vice de Eduardo Leite, cresceu nos últimos dias, a partir da manifestação de prefeitos e vereadores e da constatação de que sem uma coligação que amplie o tempo de TV e garanta mais recursos financeiros a candidatura de Gabriel seria “um tiro no pé”. Candidatos a deputado também temem o partido encolhendo na Assembleia e na Câmara se insistir numa candidatura pouco competitiva a governador.
O problema do dinheiro não é só de escassez para o candidato ao Piratini, mas de falta para os que concorrem à Assembleia e à Câmara. O MDB tem 36 deputados federais e é isso o que conta para o cálculo do fundo eleitoral, mas disputa a eleição em todos os Estados, com milhares de candidatos. Os pragmáticos entendem que é melhor usar os recursos nessas candidaturas do que investir numa eleição improvável para o governo do Estado ou o Senado.
Gabriel segue a pré-campanha impávido, ainda tentando costurar uma aliança. Nesta quarta-feira conversou com Vieira da Cunha (PDT). Os dois combinaram de se encontrar novamente sábado, na residência de Gabriel em Tramandaí, na presença do candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes.
PDT deve dizer não a Beto
A executiva estadual do PDT avalia nesta quinta-feira a proposta do ex-deputado Beto Albuquerque (PSB) para uma aliança na eleição de outubro. A tendência é rejeitar a proposta de o PDT indicar o vice de Beto em troca de apoio na eleição municipal de 2024 em Porto Alegre e em outras cidades estratégicas.
O PDT é maior do que o PSB sob todos os pontos de vista e não vê vantagem em ser coadjuvante de Beto na eleição. O PDT tem 65 prefeitos, 72 vices, 705 vereadores, quatro deputados estaduais e dois federais. O PSB tem 18 prefeitos, 26 vices, 226 vereadores, dois deputados estaduais e um federal.