Prestes a ser fechado, o acordo entre PT e PSOL para uma aliança na eleição estadual produzirá, como efeito colateral, a exclusão do ex-vereador Marcelo Sgarbossa (PV) da chapa do Senado. Indicado pelo partido para ser um dos suplentes de Olívio Dutra, Sgarbossa foi quem levou ao PT, há duas semanas, a ideia de um mandato coletivo, com revezamento entre o titular e os suplentes em caso de eleição. A proposta foi incorporada pela federação PT-PV-PCdoB.
Na negociação com o PSOL, o PT deve destinar a primeira suplência do Senado ao vereador Roberto Robaina. Além disso, os psolistas devem indicar o vereador Pedro Ruas para a vaga de vice na chapa ao governo, liderada por Edegar Pretto (PT).
Robaina e Ruas haviam sido homologados pela convenção do PSOL como candidatos ao Senado e ao Palácio Piratini, respectivamente, mas o partido repensou a estratégia com a entrada de Olívio no páreo.
Antes da articulação para atrair o PSOL, a indicação de Sgarbossa para a chapa era considerada certa. A segunda suplência de Olívio deverá ficar com a vereadora Daiana Santos (PCdoB).
Duas vezes vereador pelo PT, Sgarbossa trocou de partido no início do ano, em virtude da guinada do PV à esquerda. Na época, foi incentivado por integrantes do PT a fazer esse movimento, no intuito de garantir o apoio dos verdes a Pretto. Poucos dias antes da filiação de Sgarbossa, o partido declarou publicamente apoio ao pré-candidato do PT.
O ex-vereador relata que a proposta de candidatura coletiva foi submetida ao presidente do PT e da federação, Paulo Pimenta, e ao próprio Olívio, antes do anúncio da candidatura. Sgarbossa acredita que as bandeiras com as quais se identifica, como a sustentabilidade e o incentivo ao ciclismo, podem ajudar a atrair eleitores de outros campos políticos para a coligação.
— Entendemos que seria importante agregar um partido como o PV, que tem uma causa bem definida, uma identificação com o tema ambiental. Sem nossa representação, a candidatura do Edegar e do Olívio perdem essa contribuição — afirma.
A negociação entre o PT e o PSOL avançou nos últimos dias e deve ter um desfecho ainda nesta sexta-feira (29). A convenção que lançará Pretto ao governo do Estado será no domingo (31).
Favorito a ocupar a primeira suplência de Olívio, Roberto Robaina disse que a proposta de ceder essa vaga e o posto de vice na chapa partiu do PT. O vereador ressalta que a negociação está sendo conduzida "entre duas federações", uma liderada pelo PT e outra formada por PSOL e Rede.
— A federação do PT, nesse caso, ficaria com os cargos de governador e senador. A nossa, com o vice e primeiro suplente. E é nessa condição que estamos negociando.
Na segunda-feira (25), quando lançou o nome de Olívio, o PT anunciou que, em caso de vitória eleitoral, ele e os suplentes se revezariam, a cada seis meses, no cargo de senador durante os oito anos de mandato.