As eleições 2020 marcaram a estagnação do número de mulheres eleitas para comandar prefeituras de capitais no Brasil. Pela terceira eleição municipal seguida, apenas uma mulher ganhou. Neste ano, somente Cinthia Ribeiro (PSDB), de Palmas, Tocantins, foi escolhida entre as capitais. Ela assumiu o cargo em 2018 após a renúncia de Carlos Amastha (PSB) e foi reeleita neste ano.
Cinco candidatas tinham chance de aumentar o número de mulheres à frente de prefeituras de capitais nas disputas de segundo turno deste domingo (29), mas todas foram derrotadas. As que chegaram mais perto foram Cristiane Lopes (PP), derrotada em Porto Velho, Rondônia, com 45,55% dos votos válidos por Hildon Chaves (PSDB), que teve 54,45%; e Manuela D'Ávila (PCdoB), derrotada em Porto Alegre por Sebastião Melo (MDB), por 54,63% a 45,37%.
Também foram derrotadas neste domingo Marília Arraes (PT) em Recife, Pernambuco, Delegada Danielle (Cidadania) em Aracaju, Sergipe, e Socorro Neri (PSB) em Rio Branco, Acre. João Campos (PSB), Edvaldo Nogueira (PDT) e Tião Bocalom (PP) foram os vencedores nessas cidades, respectivamente.
Em Macapá, onde a eleição foi postergada para dezembro por causa dos problemas no fornecimento de energia elétrica, Patrícia Ferraz (Podemos) aparece em segundo lugar na pesquisa Ibope divulgada em 11 de novembro, atrás de Josiel (DEM), com 26%, e apenas um ponto porcentual acima de Dr. Furlan (Cidadania). Em 2012, Teresa Surita (MDB) foi eleita prefeita de Boa Vista, Roraima, a única mulher escolhida para comandar uma capital no país. Quatro anos depois, repetiu o feito em sua reeleição.
Levantamento da agência de dados Fiquem Sabendo divulgado no mês passado mostrou que apenas sete mulheres foram eleitas prefeitas de capitais brasileiras nos últimos 20 anos. Agora, oito. A presença feminina não passa de 8% no comando de capitais desde 2000, quando cinco mulheres foram eleitas. Em 2004 e em 2008, foram duas.