O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Roberto Barroso, avaliou nesta quarta-feira (23) os desafios diante das eleições municipais deste ano, que ocorrerão durante a pandemia. Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o ministro não refutou a existência de riscos para os eleitores, mas disse apostar no plano de segurança sanitária contra o coronavírus.
— Estamos tomando as cautelas partindo do pressuposto de que alguém estará contaminado. Se ninguém estivesse, não precisava de nada disso. Não há nenhum tipo de contato, nem de troca de documento. Esses riscos são minimizados. Agora, risco zero só se não tivesse eleição. Viver envolve correr alguns riscos. Todos estão bem calculados — enfatizou.
Indagado sobre a opção de voto facultativo, o ministro argumentou que a opção foi excluída por dois motivos: dependeria de uma outra emenda constitucional e, ainda, poderia "incentivar os extremos":
— Quem não deixa de ir (votar) é o radical e o fanático. O eleitor comum poderia deixar de ir. Temíamos, também pelo voto facultativo, uma eleição que exacerbasse a polarização se os moderados se afastarem.
Em agosto, o TSE lançou um edital em que solicita a doação de 9,7 milhões de máscaras: 7,5 milhões para mesários (que precisam trocá-las ao longo do dia) e o restante para o público que eventualmente comparecer às seções eleitorais sem a proteção.
O TSE também quer 1,9 milhão de protetores faciais (conhecidos como "face shields" ou viseiras plásticas), 5,2 milhões de frascos de álcool gel. De acordo com o ministro, 30 empresas se apresentaram para doar o material e a logística da distribuição destes itens.
Desde que assumiu a presidência do tribunal, em maio, Barroso tem se reunido com empresários e especialistas da área de saúde para garantir a segurança de mesários e do público nas eleições, que foram adiadas para 15 e 29 de novembro.