A Polícia Federal divulgou na noite deste domingo (28) um balanço parcial dos crimes eleitorais registrados neste dia da eleição de segundo turno para governadores e presidente da República. Foram detidas 62 pessoas em todo o território nacional, em sua maioria por propaganda boca de urna (aquela feita na porta dos locais de votação, que é proibida). Foram registrados também episódios de tentativa de compra de voto e alguns casos de eleitores que filmaram a si mesmos votando em determinado candidato e depois divulgaram pela internet (o que é considerado propaganda ilegal).
Em Macapá, no Amapá, duas pessoas foram presas em flagrante com cerca de R$ 2 mil que, segundo a PF, seriam usados para compra de votos. Outros dois homens foram detidos no mesmo Estado, em Oiapoque, por descumprimento da lei seca, agressão e lesão corporal.
Em Anápolis (GO), um eleitor filmou a votação e depois a divulgou nas redes sociais, o que é vetado. Ele foi conduzido para uma delegacia de polícia e vai responder a um termo circunstanciado (TC, ocorrência policial para crimes de baixo teor ofensivo).
Em Belém (PA), uma juíza mandou prender um eleitor que insistiu em colocar o número do presidente na votação para governador e, descontente porque o voto saiu nulo, empurrou uma mesária e reclamou aos berros que a urna estava adulterada.
Em Fortaleza (CE), outro homem foi preso após atear fogo a uma urna eletrônica.
A PF instaurou neste domingo 55 termos circunstanciados (para crimes considerados leves) e 12 inquéritos (para crimes mais graves, como compra de votos). Os dois Estados com mais inquéritos abertos foram Rio de Janeiro e Piauí, com sete procedimentos instaurados em cada.
O Rio Grande do Sul teve várias detenções, mas apenas um Termo Circunstanciado aberto, na contabilidade parcial da PF. Ele envolve uma mesária que tirou foto de si mesma, com propaganda de um partido. Um outro caso ocorreu no domingo mas ainda não chegou à Polícia Federal. É a prisão de uma mulher que agrediu uma mesária no Colégio Concórdia, no bairro Anchieta. A agressora se revoltou porque foi impedida de votar ao não apresentar documento de identidade. Foi detida pela Brigada Militar.
A PF também contabilizou quais os delitos eleitorais mais registrados, de janeiro a outubro. O campeão é falsidade documental para fins eleitorais (fraudar título ou endereço, por exemplo). Foram 1.128 casos no país. O segundo mais comum foi oferta de vantagem em troca de voto (foram registrados 320 casos). O terceiro mais registrados foi inscrição eleitoral fraudulenta (249 casos). O Rio Grande do Sul foi o quinto Estado com mais investigações eleitorais instauradas pela PF este ano, com 102 casos. Perdeu para RJ, CE, SP e MG.